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Resgate da trajetória do trio elétgrico





Pesquisadora Lilian Cristina Marcon
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Documentário reconstitui vida de Osmar Macedo
Osmar ao lado de Dodô inventou o Trio Elétrico



As comemorações pelos 50 anos da invenção do trio elétrico não se encerraram no Carnaval 2000 - o último do Século XX e do milênio. Está em fase de produção o documentário Osmar, o nosso grande Noé, dirigido por Marco Oliveira, e com exibição prevista para o próximo ano. Primeiro, em dois programas pelo canal fechado GNT. Depois, nas telas dos cinemas numa versão mais enxuta.

Orçado em R$400 mil, Osmar, o nosso grande Noé pretende mostrar as várias fases da vida de Osmar Macedo, desde o seu encontro com Garoto, em São Paulo, passando pela invenção do trio, ao lado de seu grande parceiro Dodô, e suas intervenções nos campos da construção civil e engenharia mecânica. Além da continuidade de sua obra através de seus filhos Armandinho, considerado um dos maiores guitarristas do mundo, Aroldo, Betinho e André.

Filmado em 16 mm, tecnologia que confere maior profundidade e nitidez no tratamento da imagem. "O documentário tem como objetivo valorizar e preservar um dos capítulos mais importantes da história da música e da cultura brasileira, além de reverenciar o talento de um dos principais inventores da Bahia moderna" diz o diretor.

A idéia de se contar a história de Osmar Macedo é antiga. A irmã do diretor Marco Oliveira é casada com Aroldo, um dos herdeiros de Osmar: "Tive contato com Osmar desde que eu era pequeno e ele me chamava de sobrinho. Aos 12 anos, ele me colocou para soltar canhão de confetes e eu acompanhava toda aquela movimentação no Carnaval. Osmar era uma pessoa muito generosa", lembra Marco.

Por isso, Marco e Aroldo sempre conversavam e planejavam fazer um documentário. "Até que resolvemos entrar em campo, em 1997, quando fizemos uma longa entrevista com Osmar que veio a falecer duas semanas depois", revela o diretor. Essa entrevista terminou servindo como ponto de partida para o documentário. A partir de 1998, Marco Oliveira e sua equipe passaram a filmar o Carnaval baiano todos os anos.

"A gente tentou abordar tudo, porém ele já estava bastante debilitado, mas conseguimos que ele detalhasse toda a influência que teve de Garoto e de sua admiração pelo músico. Por isso, procuramos resgatar todo material já existente, como um depoimento dele quando da comemoração dos 40 anos da invenção do trio elétrico", conta Marco Oliveira.

Além desses resgates, o diretor vai reconstruir, utilizando-se de atores, a primeira aparição da fubica em 1950, fato que transformou definitivamente o Carnaval baiano como o de maior participação popular do mundo. Ele também está colhendo depoimentos de personalidades da música brasileira que conheceram Osmar Macedo e têm a ver com o trio elétrico.

"Nós já ouvimos Moraes Moreira que elucidou vários assuntos, como a autoria de Pombo correio cuja letra é de Moraes e a música de Dodô e Osmar. Também temos alguns trechos de entrevistas com Caetano Veloso, falando da influência do trio e do pau elétrico no Tropicalismo. Mas queremos gravar um outro depoimento dele, além de Gilberto Gil, Durval Lélys, Luiz Caldas, Daniela Mercury, Bell Marques e Carlinhos Brown, entre outros", planeja Marco.

Um dos depoimentos destacado é o de um antigo balconista da loja a Primavera, chamado Pepe. "Ele testemunhou o momento em que Dodô e Osmar quebraram o violão e aproveitaram o braço do instrumento, dando origem ao pau elétrico, mais tarde se tornaria a guitarra elétrica ou guitarra baiana", adianta.

Osmar, o nosso grande Noé também vai mostrar o seu lado "engenheiro" pouco divulgado. "Osmar tinha curso técnico de Metalurgia. Ele atuou nas construções do Teatro Castro Alves, Ponte do Funil, Porto de Aratu e terminal de Água de Meninos, resolvendo problemas que a engenharia teórica não conseguiu solucionar. Ele foi convocado até para equacionar um problema no metrô de Miami", comenta Marco Oliveira.

O diretor Marco Oliveira é carioca, tem 35 anos, e exibe vasto currículo como câmara e diretor de fotografia. Com mais de dez anos atuando como profissional da área de produção audiovisual, ele tem se destacado na direção de videoclipes, comerciais e musicais para diversos artistas e gravadoras. Como diretor de videoclipes, assinou os de Elba Ramalho (Chão de giz), Falcão (Holliday foi muito - indicado para melhor videoclipe de MPB no MTV Vídeo Music Brasil de 96), Asa de Águia (Criptonita), e Timbalada (Carimbolada soul).


Fonte: Osmar Martins, Correio da Bahia - Janeiro 2000


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