Naturalidade. Esse parece ser o sentimento dos filhos de Osmar Macedo quando se fala em música, ou melhor, em criação a partir da música. "Muitos artistas iam lá em casa. A música estava no dia-a-dia" lembra a caçula da família, Taiane, que também faz backing vocal, inclusive para a banda Armandinho, Dodô & Osmar - formada por Aroldo e Armandinho (guitarras baianas); Betinho (baixo) e André (vocal). Os quatro são filhos do primeiro casamento de Osmar. Após a morte da esposa, Neusa Costa, o idealizador da fobica se casou com Hebe Macedo, nascendo Taiane, Rita e Jarbas.

Aos 9 anos, Armandinho já tocava músicas como Brasileirinho na guitarra baiana. "Fui criado brincando em trio elétrico. Minha ligação com a música se desenvolveu naturalmente, como algo corriqueiro" afirma. O jeito particularíssimo de tocar o instrumento fez com que Armandinho rodasse o mundo mostrando a musicalidade baiana.

Fábrica de guitarras - O talento para a invenção e a facilidade de lidar com a metalurgia se refletem em Betinho - criador da guitarra de cinco cordas e administrador da metalúrgica do pai. "Lá em casa todo mundo acabou se envolvendo como alguma forma de expressão artística" comenta.

Rita Macedo reside em Toulosse, na França. Mora lá há 14 anos e foi levada pelo trio elétrico, quando Dodô e Osmar foram convidados para se apresentar na cidade. "Fui com ele e fiquei. Hoje, faço parte de uma dupla musical chamada Femmouzes-t", revela. Ela toca sanfona, enquanto a amiga, pandeiro.

Usando pedais para guitarra e sonorizadores, a dupla pretende conceber uma musicalidade híbrida entre o regional e o tecnológico. "Fica um frevo meio techno. E o frevo elétrico é o nosso rock", explica a moça - acostumada à mistura sonora desde os tempos em que ouvia serenatas na sala de casa.

Para perpetuar a ligação com a música e a criatividade, a família está com planos para aperfeiçoar e desenvolver 12 projetos da Fundação Osmar Macedo. "Entre eles, um centro de estudos musicais da guitarra baiana e uma fábrica do mesmo instrumento", planeja Aroldo Macedo. Nesse estabelecimento, por exemplo, seriam ensinadas técnicas de marcenaria, evoluindo para a confecção de guitarras baianas. Os alunos viriam do subúrbio ferroviário e o projeto, no momento, está sendo discutido com patrocinadores.