A banda Armandinho, Dodô e Osmar, que agrega a família Macêdo e ajudou a definir a cara trieletrizada da folia baiana prepara-se para mais uma maratona. Os herdeiros de Osmar animam o irreverente bloco Abadado, no dia 22.02.04 (Campo Grande, 19h) e dia 23.02.04 (Barra, 20h). Criado ano passado meio de brincadeira, o bloco troca camisas por uma lata de leite em pó - uma por pessoa -, que, após a festa, serão doadas a uma entidade que cuida de crianças carentes.

A idéia foi de Aroldo, que se divide entre a guitarra e a produção da banda. Ele conta que queria uma forma bacana de homenagear seu pai no ano passado, quando, se vivo fosse, Osmar faria 80 anos. "Foi superlegal. Um bloco sem corda, reunindo nossos amigos e nossos fãs, que é todo tipo de gente, roqueiro, reggueiro, axezeiro, tudo misturado", afirma Aroldo. Nesta segunda versão, o Abadado está distribuindo mil camisas, que podem ser trocadas até a hora h, na concentração, lá na Araújo Pinho.

O Abadado não tem cordas nem segurança. No entanto, quem acompanhar o bloco (com ou sem camisa), vai contar com a qualidade musical dos Macêdo, curtida ano a ano na folia. O mentor da banda é Armandinho, que afirma que sua preocupação primeira e única é a música. "O que prezo, acima de tudo, é a tradição da sonoridade musical característica do trio elétrico", afirma o veterano Armandinho, que já soma nada menos que 40 Carnavais.

Quando fala de uma "sonoridade característica", Armandinho está se referindo à presença dominante da guitarra baiana, principal diferencial da banda, integrada por ele, Aroldo, Betinho e André (todos irmãos), três sobrinhos e mais quatro músicos contratados. Além disso, Armandinho é defensor da presença de muito instrumental no repertório. "O instrumental é que definia o som do trio, depois, ficou tudo muito comum, igual a qualquer banda", afirma.