O cheiro de perfume de alfazema exalou por todo o Largo do Pelourinho, neste domingo de Carnaval e anuncia que o maior afoxé da Bahia, os Filhos de Gandhy, prepara o seu desfile. Cerca de 6 mil homens repetem um ritual iniciado em 1949, quando um grupo de estivadores do porto de Salvador resolveram criar uma agremiação para participar do Carnaval.
Antes de tomar as ruas, o Afoxé Filhos de Gandhy faz um Padê para Exú, com oferendas ao orixá guardião das ruas e encruzilhadas, pedindo licença para fazer um desfile carnavalesco que prega sobretudo a paz.
Na fantasia, formada por uma espécie de mortalha e um turbante de estilo indiano, predominantemente branca, com detalhes azuis e amarelos, estão ilustradas folhas, lanças, flechas, animais como a cobra, relacionada com a cura, além de caboclos de índios de pena e de couro.
“Tem também a bandeira do Brasil por conta de ralação dos caboclos com os símbolos nacionais, de outra forma, bem diferente do patriotismo de direita que vemos por aí”, ressalta Pakapym que em suas redes sociais, o artista mantém uma atitude muito crítica em relação às pessoas que vulgarizam aspectos da religião do candomblé.
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