Última festa de largo antes do Carnaval, a Lavagem de Itapuã completa 113 anos nesta quinta-feira (1º de fevereito 2018). A programação começa às 2h, com o Bando Anunciador, grupo formado por percussionistas e pessoas da comunidade, que percorrem as ruas do bairro para anunciar a festa. A partir das 6h, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Itapuã, situada na Praça Dorival Caymmi, abre as portas para celebração de uma missa com o padre Ailan Simões Costa. Por volta desse horário, baianas vestidas a caráter levarão potes de cerâmica com flores e água de cheiro para lavar a escadaria do templo.
Além da parte religiosa, o evento, que conta com apoio da Empresa Salvador Turismo (Saltur), contará com entidades culturais, samba de roda, desfiles e participação de diversos personagens locais. As baianas, os Filhos de Gandhy e o grupo Carro de Palha farão cortejo a partir das 11h. A partir de 12h, o público poderá participar assistir mais 17 desfiles de blocos de chão, que sairão a cada 15 minutos entre a Praia de Placadord até a Rua Aristides Milton, no início da ladeira do Abaeté.
Se apresentam, nesta ordem: Escola de Samba Unidos de Itapuã (12h), Galera do Mar (12h15), Arrastão dos Peixes (12h30), Amigos de Pedreira (12h45), Arrastão do Bideira (13h), Sambeleza (13h15), Arrastão dos Cornos (13h30), Bloco das Santinhas (13h45), Bloco Vem Pra Cá/ Banda Zumbada (14h), Bonitol (14h15), Chabisc (14h30), Chuva de Gelo (14h45), Baleia Rosa (15h), Malê Debalê (15h15), Pinauna Power (15h30), Bloco Nem Te Conto/Banda A Panela (15h45) e Confraternização UESC (16h).
HISTÓRIA
Iniciada em 1906, a Lavagem de Itapuã é marcada pelo sincretismo religioso, com devoção à Nossa Senhora da Conceição, pelos católicos, e Iemanjá, pelos adeptos do candomblé. As comemorações começam logo de madrugada, ao som do Bando Anunciador e o café da manhã, cuja tradição iniciada por Dona Niçu tem continuidade com os filhos da falecida moradora do bairro. A tarde é marcada pela parte profana da festa, com comidas, bebidas e muita música.
A Lavagem de Itapuã foi iniciada pelas mãos de uma antiga moradora do bairro, conhecida como Dona Niçu. Todos os anos, a festa reúne pescadores, baianas, ciclistas, capoeiristas, num evento marcado pela mistura religiosa e lúdica.
AÇÕES CONTRA O RACISMO
Festa de Itapuã conta com ações de combate ao racismo
Ações de sensibilização contra a violação de direitos da população negra foram desenvolvidas na tradicional Festa de Itapuã, nesta quinta-feira (1º), em Salvador. Sob coordenação da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), a Unidade Móvel do Centro de Referência e Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela funcionou durante o evento, oferecendo atendimento ao público, orientações e distribuição de materiais educativos.
Para a coordenadora do Núcleo de Religiões de Matrizes Africanas (Nafro) da Polícia Militar, capitã Thaís Trindade, a principal marca do trabalho é a observação cuidadosa e proteção integral à população negra. “Avaliamos como uma medida fundamental, sobretudo para a atuação nos casos que envolvem práticas racistas. Estamos na parceria e fortalecimento do trabalho de combate às intolerâncias”, ressaltou.
COMENTÁRIOS DO EVENTO
O clima de alegria, as manifestações culturais e de fé voltaram a marcar a tradicional Lavagem de Itapuã nesta quinta-feira (1º). A festa, que completa 113 anos, recebeu uma multidão de fiéis em um ato de puro sincretismo religioso, com devoção à Nossa Senhora da Conceição, pelos católicos, e Iemanjá, pelos adeptos do candomblé. Por volta das 5h, as baianas com jarros e vassouras realizaram a lavagem da escadaria da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Itapuã, na Praça Dorival Caymmi, pouco antes do padre Ailan Simões Costa presidir a missa no santuário.
Após as cerimônias religiosas, como de costume, a Lavagem contou com comemorações profanas durante todo o dia, com desfiles de entidades culturais e batuques de grupos de roda de samba. “Frequento a Lavagem há 35 anos. Sou devota de Nossa Senhora da Conceição e me visto assim para ela. Para mim, é um sacrifício participar desse cortejo, mas ela merece”, destaca Teresa Conceição, 65 anos, uma das baianas que desfilou vestida a caráter.
Cerca de 20 grupos fizeram cortejo entre a Praia de Placaford até próximo do início da Ladeira do Abaeté, na Rua Aristides Milton. Entre as atrações mais aguardadas foi a Baleia Rosa inflável, criada por Wally Salomão, João Loureiro e Gilberto Gil em 1987, para homenagear a atividade econômica de Itapuã no século XX. “É a baleia do amor, que vem pra unir toda a cultura de Itapuã. Todo mundo tem que participar”, comemorou um dos integrantes do grupo, Cristiano Loureiro.
Fonte e Comentários : SECOM/ASCOM/SECULT BA - Fevereiro 2018
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