Aconteceu o CARNAMONTES, o primeiro carnaval temporão da cidade mineira de Montes Claros, na Avenida Deputado Esteves Rodrigues, no coração de uma cidade que não possuía tradição carnavalesca.
DEPOIMENTO HUMBERTO COELHO SOUTO
È 1997, cidade parada, esvaziada em fevereiro. Jovens viajando para Porto Seguro, Salvador buscando agitos de Carnaval. Ruas silenciosas, sem os blocos e Escolas de Samba que animavam carnavais passados. Cidade sem tradição carnavalesca, apesar dos esforços de “Nice David, Geraldino Coelho e outros” que viviam em busca de apoio e patrocínio para “não deixar o samba morrer”.
Uma idéia e sento-me em frente ao computador para transformá-la em projeto: Carnamontes! Um carnaval diferente para o povo, com trio elétrico, banda de axé baiano, carro-bar, bloco com “mortalha”, lugar para quem gostasse só de assistir. Um carnaval para todos!
Não pensei pequeno! Escolhi um percurso que coubesse um enorme trio elétrico no coração da cidade: Avenida Deputado Esteves Rodrigues, nos dois sentidos. Decidi por dois blocos que não se rivalizaram: Bloco Repique e Cara de Pau. Busquei patrocínio e apoio: Cerveja Kaiser, Roka Jeans, Visual Surf, Hospital São Lucas e muitos outros parceiros que se uniram apaixonados, espantados e apostando para ver, no projeto Carnamontes, devidamente impresso e encadernado, embalando meu ideal de festa e música para o povo.
Com um pequeno grupo de amigos e familiares arregacei as mangas, criei o “Tome um porre de felicidade!” e busquei todas as informações necessárias ao evento. Contratei um baiano experiente para treinar os cordeiros que fariam a segurança dos blocos e cuidados que deveriam ser tomados com o percurso do trio elétrico. Escolhi as cores da mortalha e lembro-me como hoje do Serginho da Transamérica explicando no ar, ao vivo, o que era essa tal de “mortalha”, logo mais, abadá.
Fui a Belo Horizonte e registrei o Nome do Evento: Carnamontes, no INPI após fazer consultas de uso da marca. Busquei profissionalizar o evento.
Contratei camarotes, carro-bar, hoje carro de apoio e construí um projeto de mídia amplo, valorizando e criando parcerias com os jornalistas que foram incondicionais com a novidade.
Nas noites frias de abril de 1997 a cidade encheu-se de alegria e sons. Na avenida aberta, sem violência, as famílias foram assistir e dançar ao som de Banda Eva, com Ivete Sangalo, Viviane e Banda, Kako e Banda, três trios elétricos e Valéria Valenssa, a Globeleza.
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