À noite vinha muitas vezes no vento, o bum-bum dos candomblés, trazendo a toada tristonha de batuques longínquos; indolência de echos no tamborilar repetido dos tan-tans, em que o ouvido somnolento espera a batida nova lembrando a que já escutou. Eram festas de negros, eram ritos nagôs, negros de feitiço, negros de santo, reis de Congo, princesas de Moçambique. Negros bons sorrindo felizes; negros fujões com cangas; moleques comedores de terra com mordaças; negros enfezados e castigados; negros dedicados e amigos e tantos outros negros. Negros e mais negros. E diante dos negros, os Senhores de Engenho que brutalizam numa côrte de exploradores broncos. Que vegetam, perdendo terras, vendendo o herdado patrimônio, arruinando-se miseravelmente.
E assim, era o Recôncavo !!!
Texto : Wanderley Pinho


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