A sociedade do Reconcavo escolhia rítmos lentos. A côr local tinha matizes esquisitas. Casas enormes; pomares grandes; pequenos jardins de poucas flores. Rescendem ao lado dos sobrados jasmins, bogarins e rosas que enfeitam os canteiros e ao fundo; entre cercas altas, alinha-se toda a sorte de árvores frutíferas.
Dentro daqueles solares, mais prata, sêdas ou jacarandás e louças da Índia.
Quê confôrto! Quadros mui poucos. Retratos em abundância.
Multidão ruidosa de domésticos (cada escrava para seu serviço). Nas cozinhas enfumaçadas, escuras, com fornos de tijolos, revesam-se as que descascam, as que debulham, as que moem e pilam, as que tomam ponto aos doces e as que cosinham.
Nas salas das crias, fiadeiras e rendeiras trabalham a cantar. Cantam ao compasso dos bilros, alinhadas em estrados pequenos.
Pelos páteos vê-se tanques e fontes cercados de estribeiros, correeiros, lavadores e tantos mais.
Respira-se uma gaia atmosfera de contínuas festas entre solares e canaviais.
Num raio de dez léguas, cem engenhos. Em cada engenho, um fidalgo. Fidalgos rústicos, outros polidos. Uns montezes, outros palacianos. Mas, todos orgulhosos !!!
Aqui, senhoras escabriadas; além de damas exaltando galas e graças, como camélias de estufa num jardim agreste.
Nas varandas lances de gamão e/ou cartas acompanhadas de "maracutaio" de casos picantes e gargalhadas vivas. Conversas de lavouras e safras, cavalos e escravos, preços, dificuldades e intrigas.