Anatomia do Frevo



Autor e Xilogravura: Abraão Batista

No frevo se manifesta
por completa, a expressão
da alma, a categoria
fazendo manifestação
da foto, frente e verso
corpo, cara e coração
(...)

O frevo surgiu da tribo
da oca pernambucana
banhado nos raios de sol,
mamando caldo de cana
com berço na mata virgem
e no agreste bacana
(...)

No frevo ferve a vida
como música ligeira
no reboliço, o corpo
dança com alma maneira
extravasando do peito
maluquice e canseira
(...)

Daí, ouvindo os acordes
do trombone e trompete
do clarim e saxofone
do tarol e clarinete
o cabra se acelera
voando como confete.
(...)



Como o frevo do abafo
é alegre competição,
cada bloco querendo ter
a melhor representação...
Nesse caso os passistas
tiram fogo até do chão.

Temos o frevo coqueiro
com suas notas bem altas,
o trombone, nos agudos
marcando todas, sem faltas
além do frevo ventania
nas semicolcheias peraltas.

Firmo nestes meus versos
sobre a classificação;
repito: o frevo de rua,
bem como o frevo canção,
têm com o frevo de bloco
toda a representação.

Como já disse: o frevo
é criação de um povo
nasceu de grande alegria
isso eu digo de novo
o frevo pernambucano
tanto gosto que aprovo.
(...)

Bibliografia
- Literatura de Cordel e Xilografia: Abraão Batistao
- Edição 2006, 120 páginas, Impresso Gráfica Nobre, Juazeira do Norte CE

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