Fantasia


Fantasia (em latim phantasia) é uma roupa que representa um animal, um super-herói, uma profissão, um objeto, um traje típico, etc. As fantasias carnavalescas permitem que o folião se esconda atrás de identidades diferentes, uma maneira de disfarce, de realizar uma troca de papéis. A EVOLUÇÃO das fantasias remonta na Antiguidade, nos cultos agrários, e mistura no caldeirão da folia carnavalesca. Com a fantasia você cai na folia momesca, restaura a alegria e entra no clima de euforia coletiva.


origem e história

As fantasias e máscaras de carnaval tem origem dos antigos rituais e celebrações, que variavam em cada lugar do mundo; e que foram se tranformando, se adaptando e tendo diferentes significados com o decorrer do tempo. Na Antiguidade, os egípcios e romanos realizavam festivais onde as pessoas usavam máscaras para representar deuses, espíritos ou personagens mitológicos. Nos solstícios aconteciam os CULTOS AGRÁRIOS, rituais e celebraç&ões com excessos de bebedeiras e sexo, onde as pessoas se apresentavam FANTASIADAS ou seminuas.
Nas SACÉIAS, o papel social era invertido. Na mudança da hierarquia social, os pebleus e servos passavam a imitar os gestos e comportamentos de seus nobres; e chegavam a usar até as suas vestes. Encerrando as festividades, a inversão da realidade chegava ao seu fim. Os nobres saiam nas festividades fantasiados e mascarados e no meio da plebe, para não serem reconhecidos. Na Idade Média a igreja condenou publicamente o uso de fantasias, máscaras, cortejos e peças de teatro, pelos abusos estimulados gerando a bebedeira e o sexo.

Na Idade Média, fantasiavam-se de Bobos (ou Tolos ou Loucos ou Festa dos Inocentes) saindo em bandos na festança se agrupando nas ruas, praças, confratarias, entregando-se a dança, jogos (com bolas), etc.

Reparem na cabeça dos foli&oatilde;es, esse gorro era chamado CAPUZãO, que na época era usado como fantasia de galo, onde o galo representava a carne e o ovo representava o nascimento. Um adeus a carne, por isso brincava-se indo atrás do ovo, como que buscando o renascimento.

Os tolos da corte foram autorizados a dizer muito o que queriam. A vida religiosa era alterada para vida pagá, o sagrado dava lugar ao profano. Membros do clero se vestiam como homens comuns e podiam festejar livremente. Nobres percorriam as ruas vestidos de pessoas comuns. CONTINUAÇÃO AQUI.


A Festa dos Bobos 1560 - de Pieter Van der Heyden

"Até 1870, na Roma papal, VESTIR A FANTASIA e cair no Carnaval era um acontecimento muito esperado pelos romanos e vivido com grande participação como o único momento para esquecer uma vida dura, cheia de miséria e privações." (1)

"REIS POR UM DIA, em posse de Fantasias, o povo tornou-se protagonista, esquecendo as rígidas regras diárias e saindo às ruas com licença para se divertir. Toda ordem social era subvertida, e toda piada foi permitida naqueles dias de loucura coletiva temporária.

"Em Roma, a Via del Corso foi transformada num teatro ao ar livre onde às máscaras tradicionais - Cassandrino, Rugantino, Meo Patacca - se JUNTARAM TRAJES retirados da vida quotidiana: "o médico", "o bandido", "o nobre caído".


Carnaval de Roma exposto no Museu di Roma


commedia dell´arte

Com a demanda do teatro popular, as fantasias ganharam força na Commedia Dell´arte, tendo início no século XV, chegando ao ápice um século depois. As principais fantasias dos personagens da Commedia Dell´arte eram: o Arlecchino, a Colombina, o Pantalone, a Brighella, o Pedrollino, a Pulcinella, o Dottore, o Capitano, o Orazio e a Isabella.


bailes à fantasia


Na metade do Século XVII, as vestimentas começram a ser confeccionadas exclusivamente para os Grandes Bailes de Más;caras da cidade de Veneza, na Itália. Com o decorrer do tempo, as vestimentas viraram fantasias.

Nos Carnavais das primeiras décadas do século passado, de 1914 até por volta de 1930, há notícias de que era comum nos BAILES EM CLUBES, Ruas de bairros e Teatros fizessem as imponentes e inocentes BATALHAS de CONFETTI E LANçA-PERFUMES no Rio de Janeiro, reunindo grupos de amigos e grandes famílias fantasiadas. CONTINUAÇÃO AQUI.



Masquerade Ball de Franz Christoph Janneck


mi-carême

Em 1912 aconteciam as grandes paradas na França, chamada Mi-carême, que era uma tradicional festa onde desfilavam fantasiados, em meio ao período de quarenta dias de penitência da Igreja Católica. De origem francesa, a palavra significa literalmente MEIO DA QUARESMA ou MID-QUARESMA, CONTINUAÇÃO AQUI.




evolução das fantasias

           

Em outros carnavais, onde imperava o ENTRUDO, as pessoas brincavam envoltos em cobertas de taco ( a fantasia era chamada de ESTEIRAS DE CATOLÉ ) ou usavam CAMISETAS LONGAS ou usavam "perna de pau" (tipo equilibrista de circo) com o corpo inteiro coberto com um camisetão até o chã, já essa fantasia era chamada de ABADÁ.

Quem usavam estilos de fantasias grotescos eram chamados de CARETAS. O careta era o pierrô mascarado; a mortalha era a liberdade descarada. Essa fantasia também tinha um capuz, mas logo o governo militar proibiu as máscaras.


das fantasias à mortalha


Até os anos 60, predominavam os pierrôs, piratas, marinheiros e as caretas (máscaras). Mas a indumentária carnavalesca evolui no ritmo da folia, assim as fantasias e máscaras deram lugar às mortalhas, isso por volta dos anos 70. As mortalhas eram fantasias, uma espécie de vestido longo, sem mangas, com um racho nas laterais da cintura pra baixo, para facilitar a movimentação dos pés, acompanhada por uma tira para amarrar na cintura e acomodar/dobrar o tecido conforme a imaginação, o que não tinha muitas opções. A maioria das MORTALHASs eram fabricadas com tecido grossos, tornando a utilização um tanto incômoda e quente.

No início, cores fúnebres como preto-roxa e ostentava uma grande cruz na frente e outra nas costas, além de um capuz como adereço. Com o passar do tempo aderiram à mortalhas coloridas e alegres emblemas e patrocinadores dos blocos dão forma ao design à essa fantasia momesca. No final dos anos 60, no Carnaval da cidade de Salvador, na Bahia, surge a MORTALHA, que era uma túnica reta, estilo camiseta longa, sem mangas, preta ou com cores bem escuras. Entre 1975 e 1983, a mortalha foi cedendo lugar ao MACACÃO e ao short.


abadá, a fantasia


Em 1993 o Bloco Eva lançou o abadá um traje carnavalesco com uma túnica menor e shorts e desde então, a mortalha foi cedendo espaço até ser praticamente quase extinta do Carnaval baiano. Com o passar do tempo as fantasias foram aprimorando... CONTINUAÇÃO AQUI.


evolução das fantasias


"No século XX, a fantasia ganha impulso com o advento do cinema e da cultura pop, onde Hollywood trouxe personagens icônicos para as telas, inspirando pessoas a se vestirem como seus heróis favoritos. A cultura pop também contribuiu para a diversificação das fantasias, abrangendo desde personagens de filmes até ícones da música e da televisão." (3)
"A fantasia tem uma função essencial na formação da personalidade. Ao se fantasiar, as crianças assumem papéis, criam histórias, demonstram sentimentos e reproduzem suas impressões acerca do seu cotidiano em casa ou na escola." (2)


acessórios e adereços

Os acessórios e adereços de carnaval são elementos visuais acrescentados para enfeitar ou complementar uma FANTASIA ou um ABADÁ. Mas também podem ilustrar o enredo de uma Escola de Samba no seu desfile, neste caso, são criados para serem luxuosos, coloridos ou perfomáticos, CONTINUAÇÃO AQUI.



BIBLIOGRAFIA
Pesquisa: Lilian Cristina Marcon
(1) Museu di Roam - www.museodiroma.it
(2) Villa Global Education - campusvilla.com.br
(3) Wessell Compartimentos
- CHAMBELLAND, Rodolpho, 1913, pintura da capa, Museu Belas Artes, Rio de Janeiro
- Créditos de Images descritos nas fotos, pinturas e ilustrações


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