cantinho da folia


O fascínio da rivalidade dos bois bumbás Caprichoso e Garantido que transformam o Bumbódromo (Centro Cultural de Parintins) em um palco de cor, brilho, carros alegóricos e cortejo de fantasias luxuosas e deslumbrantes. É o Folclore e o Carnaval se misturando: tudo junto, tudo misturado. Abram alas para o boi bumbá da Amazônia...

Garantido

A tradição do boi-bumbá já existia na região amazônica, mas foi em 24 de Junho de 1913, que tudo começou...
Lindolfo Monteverde (Lindolfo Marinho da Silva *02/01/1902 +27/07/1979) como cumprimento de promessa à a São João Batista, por ter se curado de uma doença criou um Boi Bumbá feito de Curuatá (carapaça da palmeira de Inajá), com um coração na testa, e o chamou de BOI MIRIM, mas em pouco tempo, ficou popularizado na cidade de Parintins.

Nascia assim o famoso o boi branco com um coração vermelho, o Garantido, que é carinhosamente chamado de o BOI DO POVÃO.


O Boi Garantido costumava ter um coração preto até meados dos anos 1980, quando a madrinha do boi, Maria Ângela de Albuquerque Faria (*1923 +2014), sugeriu que o coração fosse vermelho aderido prontamente pelo artista plástico Jair Mendes. Jair trabalhou em escolas de Samba do Rio de Janeiro e foi o percursor das alegorias e fantasias de luxo no Garantido.

Caprichoso

Meses mais tarde no Reduto do Esconde, os migrantes do Cearás, os irmãos CID (Roque, Pedro, Antonio e Beatriz) "ainda não haviam concretizado todos os seus sonhos de prosperar na nova terra e escutam sobre um boi de nome Caprichoso, que ficava na Praça 14 de janeiro, em Manaus". (1)

Os irmãos decidem, então, criar em 20 de outubro de 1913, um boi bumbá com o mesmo nome "Caprichoso" em Parintins, com a promessa de conseguir prosperidade naquela terra.


assim, começa a fascinante rivalidade...

O Boi Bumbá azul (Caprichoso) ganhou as ruas da cidade de Parintins, onde acabou se incorpando nas tradições locais. Ele era compartilhado ano a ano, ficando sob a guarda de um chefe de família, assim circulava por vários locais e cidades. Ecoavam versos de saudação e enaltecimento, nas vozes dos irmãos Cid e seus adeptos, e logo se transformaram em desafios fortes para o Boi de Lindovaldo.


Fundado em 1922, o boi Galante foi renomeado para Caprichoso em 1925, que escolheu a cor azul e branco usados nos trajes de outra festa folclórica, a Marujada.

A brincadeira foi evoluindo e, em 1965 aconteceu o primeiro Festival Folclórico de Parintins, realizado pela Juventude Alegre Católica, com o objetivo de arrecadar fundos para a construção da Catedral de Nossa Senhora do Carmo. Neste ano somente teve apresentações de Quadrilhas e não dos Bois.

Na segunda edição do Festival de Parintins, em 1966, foi estabelecido um Concurso de Bois, onde o vencedor, teria que ser mais aplaudido. Ocasionando, assim, um ACIRRAMENTO DA RIVALIDADE entre o Garantido e o Caprichoso.

Os bois bumbás Garantido (Branco e Vermelho) e o Caprichoso (azul e branco) ganharam simpatia e adeptos do povo durante as festas de ruas, e assim as rivalidades foram surgindo e/ou aumentando. Em Parintins o torcedor de um dos bumbás nunca se refere ao seu opositor pelo nome, e sim o chama de CONTRÁRIO. São proibidas vaias, palmas, gritos ou qualquer forma de expressão quando o "contrário" se apresenta.

Em 1975 a Prefeitura de Parintins assumiu o Festival, que passou a ser relaizado no Centro Comunitário Esportivo. Em 1982, o Caprichoso se recusou a participar do Festival em protesto. O Boi Caprichoso demorou a receber as verbas públicas, enquanto o Garantido tinha recebido com antecedência. Neste ano, foi convidado o Boi Campineiro para a disputa com o Garantido (ganhou 1o lugar).

Em 1982, Zezinho Faria transformou a brincadeira em associação, sendo o primeiro boi-bumbá registrado de Parintins, criando a "Associação Folclórica Boi-Bumbá Garantido". Em 1985 como a data de fundação do Caprichoso por Luiz Gonzaga.


o que afinal é o auto do boi?

O auto do boi é uma encenação que conta a LENDA da escrava Catirina que estava grávida e era casada com Francisco (Pai Francisco), ambos eram escravos em uma fazenda. A escrava Catirina ficou com vontade de comer a língua do boi.
Francisco matou o boi (Cazumbá) mais bonito da fazenda, só que este era o preferido da Sinhazinha da Fazenda, a filha do dono da fazenda. Francisco é preso pelo dono da fazenda, que com o desespero da filha, foi pedir a ajuda de um pajé.
O Pajé ressuscita o boi, o que fez o Fazendeiro perdoar o escravo e fazer uma grande festa com música e danç. Da lenda para o Carnaval e festas religiosas e folclóricas, que passaram a contar, cantar e dançr a MORTE e RESSURREIÇÃO DO BOI.

No Festival de Parintins, a disputa entre os bois-bumbás Boi Caprichoso e Boi Garantido é avaliada por 21 itens distintos, que são divididos em blocos de acordo com sua natureza.

01- Apresentador
02- Levantador de Toadas
03- Batucada/Marujada
04- Ritual Indígena
05- Porta-Estandarte
06- Amo do Boi
07- Sinhazinha da Fazenda

08- Rainha do Folclore
09- Cunhâ-Poranga
10-Boi Bumbá Evolução
11- Toada
12- Pajé
13- Povos Indígenas
14- Taxauas

15- Figura Típica Regional
16- Alegorias
17- Lenda
18- Vaqueirada
19- Galera
20- Coreografia
21- Organização

A COBRA DE FOGO no Festival de Parintins é uma alegoria que representa a lenda amazônica da COBRA GRANDE ou "Dona da Noite", conhecida como Boiúna, um ser mitolóico que simboliza o poder e a forç mística e protetora da ntureza e e a ancestralidade dos povos da floresta.

A Cobra Grande é uma figura central no imaginário amazônico na apresentação de uma grande serpente mecânica que se movimenta na água. Construéda com efeitos especiais de luz e fogo, combinados que a um espetáculo visual, sonoro e performático, que transmitem a energia e a magia do boi-bumbá, e simbolizando a chegada da natureza e o poder da floresta, CONTINUAÇÃO AQUI

Como principal atração, estão as danças e encenações dos bois-bumbás bordados com crochê, lantejoulas, paetês e pedrarias, revistidos de Plumagem, e cada um , com adereços diferenciados. O espetáculo envolve diversos personagens, figurinos, performances, luzes teatrais, carros alegóricos, fogos de artifício, etc.

Um Espetáculo Magnífico e Inesquecível!



referências bibliográficas
- Pesquisadora Lilian Cristina Marcon
(1) Festival de Parintins - parintins2024.am.gov.br - acesso em 2024
(2) Secretaria da Cultura do Amazonas, Festival de Parintins conheça as casas dos bois caprichoso e garantido, os famosos currais, acesso 2024.
- Prefeitura Municipal de Parintins AM + Elcio Video Park - divulgação, 2024
- IMAGENS, os direitos das imagens estão nas fotos.
- UFRGS . Jacqueline Pontes Pasini - Mídia e Cultura: Uma Análise do Festival Folclórico de Parintins no Filme Foliar Brasil - Porto Alegre 2010


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