"As marchinhas surgiram no século XIX e ajudaram a popularizar e "abrasileirar" uma festividade importada da Europa, um tal de Carnaval. Sua precursora é a chamada marcha portuguesa, ritmo importado popular na época, de quem herdou esta cadência militar (fanfarra dos soldados), além do característico compasso binário (marcha militar)". (3)

A Marchinha é um gênero musical autenticamente carioca, predominantes no Carnaval brasileiro, que tem deboche, malícia, humor e crítica. Tem ritmo acelerado, melodias simples, fáceis de entender e memorizar. O nome "marcha" é derivado da da forma de andar dos soldados, mas na sua criação não tem nenhuma relação com os militares. O motivo está nas batidas, que são bem características e levam semelhanças com as fanfarras militares.





A Marchinha surgiu com o propósito de dar ritmo à desordem carnavalesca, ou seja, um ritmo mais intenso e festivo que o SAMBA. No Brasil a marcha popularizou-se entre as décadas de 1920 e 1960, nos blocos carnavalescos como MARCHA-RANCHO. e MARCHA DE SALÃO e segue a fórmula introdução instrumental e estrofe-refrão.


quais as características das marchinhas de carnaval?

As marchinhas brasileiras possuíam forte influência das marchas portuguesas com características semelhantes: melodia simples, a cadência militar e o compasso binário. As marchinhas de carnaval são tão marcantes que é possível identificar facilmente as composições que pertencem a esse gênero musical. As particularidades das marchinhas são humor, melodias simples, deboche, escracho, ironia, crítica política e social, em canções curtas com rimas fáceis de memorizar.


a primeira marchinha carnavalesca

A primeira marchinha de carnaval registrada no Brasil, foi o "Ó Abre Alas", composta em 1899 pela musicista brasileira Chiquinha Gonzaga (*17/10/1847 +28/02/1935) sob encomenda do Cordão carnavalesco Rosas de Ouro. Essa marcha rancho foi a primeira peça musical criada sob encomenda para o Carnaval que se tem registro na história brasileira. Tudo aconteceu quando no início de 1899, a compositora Chiquinha Gonzaga que morava no bairro do Andaraí, no Rio de Janeiro, onde o Cordão Rosa de Ouro tinha a sua sede: "[..] Naquela tarde ensaiavam. A maestrina sentou ao piano e compôs uma música inspirada no cordão. Esta atitude banal, por incrível que pareça, ainda não tinha ocorrido a nenhum compositor. E assim surgia Ó Abre Alas!" (2) Alguns pesquisadores alegam que "Ó Abre Alas" fora encomendada pelo Cordão Rosas de Ouro, mas segundo material oficial da Chicquinha Gonzaga, a canção foi apenas "inspirada" no Cordão.

Ó abre alas!
Que eu quero passar (bis)
Eu sou da lira
Não posso negar (bis)
Ó abre alas! Que eu quero passar (bis)
Rosa de Ouro
É que vai ganhar (bis)

A expressão "abrir alas" significa "dar passagem", entenda mais aqui, SEE+



surge a marcha-rancho

A marcha-rancho tem o mesmo compasso binário da marchinha mas, diferentemente desta, seu andamento é mais lento. Essa "modalidade possivelmente teve seu início com o Abre Alas (1899). No decorrer da década de 1920, segundo Almirante - a marcha rancho iniciava sua trajetória de predomínio no carnaval. Mas em 1930, Carmem Miranda transforma em um fenônimo com "Prá Gostar de Mim (Taí)" de Joubert de Carvalho." (4) Descendente das marchas populares portuguesas e das marchas militares, as marchas-ranchos passou a ser chamada de "Marcha-Rancho" por animarem os ranchos (os blocos).



as marchinhas saem da cena para as ruas

O Teatro de Revista era um gênero teatral que misturava números musicais, coreográficos e falados, com muito humor e muita crítica social e política. No início do século XX, o Teatro de Revista foi um grande divulgador das marchinhas carnavalescas. A estréia das Marchinhas aconteciam no palco, incorporadas na cena teatral, e as mesmas viravam sucesso durante o Carnaval. Uma das grandes incentivadoras das marchinhas era a Revista Teatral da Praça Tiradentes e o Teatro Cassino.
Essa tradição que teve início nos anos de 1920, se intenficou na década de 1930, por conta de Lamartine Babo e Braguinha (também conhecido como João de Barro). Os dois compositores que elevaram o patamar das marchinhas, que passoi a ser representando o cotidiano de cada período do ano.



No Carnaval brasileiro, durante muito tempo, havia uma disputa entre os dois gêneros musicais, o SAMBA e as MARCHINHAS, sendo que as marchas carnalescas reinava soberana nos grandes Bailes em Salões e Teatros.



1900 à 1929 - melodia simples e compasso binário

Infelizmente, não há registros amplos de marchinhas específicas criadas entre 1900 e 1910, já que o gênero ainda estava em desenvolvimento. A partir de 1920, as marchinhas começaram a se consolidar como parte essencial do Carnaval brasileiro.


  • 1902 - VEM MULATA
    Foi composta em 1902 por Arquimedes de Oliveira e Bastos Tigre, mas ficou conhecida no Carnaval de 1906 na interpretação de Os Geraldos. Na mídia de outrora foi classificada por Tango Chula ou por polga chula. Mas popularizou-se como marchinha carnavalesca dos Democráticos. CONTINUAÇÃO AQUI

    Vem cá, mulata
    Não vou lá, não
    Vem cá, mulata
    Não vou lá, não

  • 1907 - FEBRE AMARELA
    Marchinha-exaltação interpretada por Geraldo Magalhães, sem compositor até o momento, CONTINUAÇÃO AQUI

    Entornou-se todo o caldo
    E o mosquito já não grita
    Porque o grande mestre Oswaldo
    Vai dar cabo da maldita

  • 1912 - VASSOURINHAS
    Não é uma marchinha. A mídia anuncia que é uma marchinha de 1912. Mas... Um ano depois em que no Brasil realizava dois carnavais (1913), VASSOURINHAS foi a grande sensação carnavalesca. composta por Felipe Duarte e Luiz Filgueira e interpretada pelo Bahiano & Julia Martins (Piano). Este estilo musical não é marchinha, chamada de canção popular na época, recebeu mais tarde o nome de "Samba Sincopado".
    Já a Marcha nº1 Vassourinhas não marchinha carnavalesca é um FREVO, que é considerado carinhosamente como "Hino do Carnaval do Pernambuco". A Evocação foi composta em 6 de janeiro de 1909, por Joana Batista Ramos e o maestro por Matias da Rocha, para o Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas, no Beberibe, bairro do Recife, no Pernambuco. teve sua primeira gravação pela Continental em 1935.

  • 1917: A BARATINHA
    A marchinha carnavalesca foi composta em 1917 por Mário São João Rabelo, porém foi lançada no Carnaval do Rio de Janeiro em 1918 com interpretação do cantor Baihano. No Rio de Janeiro ficou popularmente conhecida através de uma Companhia de Teatro de Revista Portuguesa. O que mais acontecia entre os compositores de marchinhas carnavalescas, eram cópias e adaptações de estribilhos de outras marchinhas ou até nomes idênticos. Em 1941 foi gravada outra marchinha também chamada de A BARATINHA e lançada no Carnaval de 1942, com composição de Antônio Almeida interpretada pela cantora Isaura Garcia, com acompanhamento Grande Conjunto de Benedito Lacerda. Mas esta não teve tanto sucesso e nem ficou famosa como a de 1917. CONTINUAÇÃO AQUI

    A Baratinha
    A Baratinha bateu asas e voou

  • 1915: FILOMENA
    A marchinha carnavalesca fez grande sucesso pela denotação política. O Presidente da República, o Marechal Hermes da Fonseca, tinha o apelido de Dudu. Os adversários políticos comentavam que ele dava azar (urucubaca). Os Compositores J.Carvalho e J.Praxedes mantiveram os dois primeiros versos de uma cançoneta portuguesa do século XIX ( que era "Ai Filomena/Se eu fora comu tu/ Despia o Matinée/ E tirava o Tournour)". (1) CONTINUAÇÃO AQUI

    Ai Filomena
    Se eu fosse como tu
    Tirava a urucubaca
    Do careca do Dudu

  • 1917: TICO-TICO NO FUBÁ
    Não é uma marchinha. É um choro composto por Zequinha de Abreu, que apresentou pela primeira em um baile no Carnaval de 1917. Posterior ganhou letra de Eurico Barreiros e Aloysio de Oliveira, além de uma versão em inglês de Ervin Drake. Ficou popularmente e internacionalmente nos anos 40 pela voz de Carmen Miranda em vários filmes.

  • 1917-1920: Popularização de marchinhas com letras humorísticas e sátiras sociais, nascidas dos blocos de Carnaval no Rio de Janeiro.

  • 1920: PÉ DE ANJO
    A marchinha carnavalesca foi sucesso no Carnaval de 1920, ao qual era uma sátira ao chefe de polícia (do Rio de Janeiro) Balisário Távora. Em 1920 foi gravado por Francisco Alves e em 1923 pelo cantor Bahiano, CONTINUAÇÃO AQUI

  • 1922: AI SEU MÉ
    O compositor Freire Júnior usou um mesmo estribilho de outra marcha sua. "Seu Mé era o político Arthur Bernardes, também conhecido por Rolinha. O Palácio das Águas se referia ao Palácio Presidencial do Catete, no Rio de Janeiro. O vatapá bem apimentado referia-se a política do baiano J.Seabra. A goiabada campista ao Nilo Peçanha, natural de Campos, terra da goiaba." (1) Quando Arthur Bernardes foi eleito pelo Partido Republicano Mineiro (PRM), o compositor "Freire Júnior chegou a ser detido pela polícia, andou alguns dias escondido." (1) CONTINUAÇÃO AQUI

    Ai seu Mé
    Ai seu Mé
    Se não fosse a Santa Cruz
    O le ré
    Tu não tomavas fé

  • 1922: SAIA RODADA
    Foi grande sucesso no Carnaval de 1922, A marchinha foi lançada pelo Grupo de Teatro Saia Rodada no Teatro Recreio. CONTINUAÇÃO AQUI

    Meu bem, não chora
    Arruma as trouxa
    Diga, adeus
    E vá-se embora

  • 1926: ZIZINHA
    Sucesso no Carnaval de 1926. "De composição pelo pianista Freitinhas (José Francisco de Freitas), foi lançada em 1925 numa Revista Teatral da Praça Tiradentes. "Freitinhas era um dos compositores mais influenciados pela música norte-americana. Ele possuia um jazz band e emprestava megafones com a condição de tocarem seus discos. Conseguiu sucesso graças a promoção comercial." "Foi considerado oficialmente o primeiro CAETETU da música de carnaval." (1) Caetetu significa: mentira, lorota ou papo furado. CONTINUAÇÃO AQUI

    Zizinha, Zizinha
    Zizinha, Zizinha
    Ó vem, comigo vem, minha santinha
    Também quero tirar uma casquinha

  • 1929: DORINHA MEU AMOR
    Uma marchinha com traços de maxixe composta por Freitinhas (José Francisco de Freitas Freitinhas) foi o maior sucesso de sua carreira por sua "auto promoção". Freitinhas andou pelas rua com uma Banda de Metais entregando aos foliões uma cópia de sua marchinha. CONTINUAÇÃO AQUI

    Dorinha meu amor
    Porque me fazes chorar?
    Eu sou um pecador
    E sofro só por te amar

  • 1929: LINDA MORENA: Esta marchinha de Lamartine Babo, uniu simplicidade melódica e apelo popular, o que fez ser um grande sucesso no Carnaval Carioca. "Era comum que os discos de 78 rotações gravados para o carnaval tivessem samba de um lado, marchinha de outro. Embora muito bonito, o samba “A tua vida é um segredo”, de Lamartine Babo, não entrou para a história, ao contrário da marchinha “Linda morena”, que o mesmo Lamartine dizia ser a sua composição favorita. Ambas foram cantadas por Mario Reis, com o autor dando canja em Linda morena." (8) CONTINUAÇÃO AQUI

    Linda morena, morena
    Morena que me faz penar
    A lua cheia que tanto brilha
    Não brilha tanto
    Quanto o teu olhar

  • 1929: MULATA
    Composição de Irmãos Valença Em 1929, os Irmãos Valença (João e Raul) de Recife (PE), fizeram a marcinha carnavalesca MULATA e empolgados com a aceitação no Pernambuco, resolveram enviar no ano seguinte para a Gravadora Victor, localizada no Rio de Janeiro. Ao invés de pedirem aos Irmãos Valença gravarem, em 1931, a Gravadora Victor disponibilizou a canção para Lamartine Barbo, que alterou a canção com o nome de O Teu Cabelo não Nega, CONTINUAÇÃO AQUI

    O teu cabelo não nega, mulata
    Que tu és mulata na cor
    Mas como a cor não pega, mulata
    Mulata, eu quero o teu amor

  • 1929: BANDO DE TANGARÁS
    Era formado o grupo Bando de Tangarás em 1929 por João de Barro (Braguinha), Noel Rosa, Almirante, , Alvinho e Henrique Brito), que mais tarde gravaram marchinhas carnavalescas e sambas nos estúdios da Odeon, Parlophon, que ficava na cúpula do Teatro Phoenix, localizado na Rua Almirante Barroso, esquina com a Rua México, no Centro do Rio de Janeiro.



1930 à 1939 - a década de ouro

Década de ouro do Carnaval brasileiro, época em que mais se concentrou a produção de boa música no país, marcada por um compromisso com o povo, prezando a qualidade e, acima de tudo, respeitando a alegria. Tudo começou no acaso da década anterior. O auge das marchinhas começa, com grandes nomes como Carmen Miranda e Dalva de Oliveira gravando clássicos.

Na década de 1930, a primeira gravadora de discos no Brasil, a Casa Edison, realizava concursos de Samba e de Marchinhas. As Marchinhas Carnavalescas disputava com os Sambas para serem tocadas nas rádios brasileiras. Nesta época, as marchinhas faziam parte das trilhas sonoras de filmes brasileiros. Noel Rosa e Lamartine Babo começam a compor sucessos marcantes para o Carnaval.




  • 1930: NA PAVUNA
    Composta por Candoca da Anunciação e Almirante. Gravada por Almirante, "foi a primeira música a levar para o Estúdio de Gravação, uma Banda de Percurssão, Cuica, Surdo, Tamborim, Pandeiro, Ganzé e Reco-Reco." (1) CONTINUAÇÃO AQUI

    Na Pavuna
    Tem um samba
    Que só dá gente reúna

  • 1930: DÁ NELLA
    Composta por Ary Barroso (letra e música) e interpretada por Francisco Alves. Atualmente essa letra gera discussões, mas na época ganhou em primeiro lugar na categoria Marchinhas no Concurso de Samba e Marchinhas de Carnaval, em 1930.


Harpa Colecionáveis e Antiguidades



  • 1930: TA- HI (Pra você gostar de mim)
    A composição de Joubert de Carvalho foi o primeiro grande sucesso da carreira de Carmem Miranda (Maria do Carmo Miranda da Cunha, *1909 +1955), gravada pela Victor, CONTINUAÇÃO AQUI

    Ta-hí
    Eu fiz tudo
    P´ra você gostar de mim...
    Oh meu bem
    Faz assim comigo não
    Você tem, Você tem
    Que me dar teu coração

  • 1932: O TEU CABELO NÃO NEGA
    Composição de Lamartine Babo. Em 1929, os Irmãos Valença (João e Raul) de Recife (PE), fizeram a marcinha carnavalesca MULATA e empolgados com a aceitação no Pernambuco, resolveram enviar no ano seguinte para a Gravadora Victor, localizada no Rio de Janeiro. Ao invés de pedirem aos Irmãos Valença gravarem, em 1931, a Gravadora Victor disponibilizou a canção para o cantor e compositor Lamartine Babo para que ele ajustasse ao gosto do folião carnavalesco, e assim, adaptou a marchinha para O TEU CABELO NÃO NEGA. No Carnaval de 1931, tamanho foi o sucesso da marchinha que o Rio de Janeiro inteiro perguntava QUEM INVENTOU A MULATA?.
    Os Irmãos Valença entraram na justiça e ganhou e seus nomes foram incluídos na composição da Marchinha, ficando: O Teu Cabelo Não Nega (1929/1931) de João Valença, Raul Valença e Lamartine Babo. Mais polêmicas aparecem, Pinxinguinha afirma ser o arranjador da composição modificada, e não Lamartine Babo como afirmava, CONTINUAÇÃO AQUI


Harpa Colecionáveis e Antiguidades



  • 1932: FORMOSA
    Marchinha carnavalesca composta por Nassara (Antônio Nássara *12/11/1909 +11/12/1996) e J. Rui. Interpretada por Francisco Alves e Mário Reis, pela Gravadora Orquestra Odeon, em 22 de dezembro de 1932 e lançado em janeiro de 1933.

  • 1932: A.E.I.O.U.
    Foi grande sucesso no Carnaval de 1932. Composta e Interpretada por Lamartine Babo e Noel Rosa, classificaram este trabalho "marcha colegial". CONTINUAÇÃO AQUI

    A... E... I... O... U... Dabliú, Dabliú
    Na Cartilha da Juju, Juju

  • 1933: DOIS AMORES
    Marchinha carnavalesca composta por Nassara (Antônio Nássara *12/11/1909 +11/12/1996) e Alberto Ribeiro Interpretada por Francisco Alves, pela Gravadora Orquestra Odeon, em 18 de dezembro de 1933 e lançado em janeiro de 1934.

  • 1933: MARIA ROSA
    Marchinha carnavalesca composta por Nassara (Antônio Nássara *12/11/1909 +11/12/1996). Interpretada por Francisco Alves, pela Gravadora Orquestra Odeon, em 05 de dezembro de 1933 e lançado em janeiro de 1934.

  • 1933: TREM BLINDADO
    Marchinha interpretado por Almirante, com composição de João de Barro, lançada pela Gravadora Victor. CONTINUAÇÃO AQUI

    Meu bem, pra me livrar da matraca
    Da língua de uma sogra
    Eu comprei um trem blindado
    Pra poder sair no carnaval


  • 1934: CIDADE MARAVILHOSA
    Composta por André Filho (Antônio André de Sá Filho *21/03/1906) no final de 1934 e sucesso no Carnaval de 1935. Gravada em em setembro de 1934 por Aurora Miranda acompanhada por André Filho, destacamos várias possibilidades que contribuíram de inspiração para a composição dessa marchinha, além de vivar o Hino da cidade do Rio de Janeiro, CONTINUAÇÃO AQUI


Harpa Colecionáveis e Antiguidades


  • 1934: LINDA LOIRINHA
    Composto por João de Barro (o Braguinha - Carlos Alberto Ferreira Braga *29/03/1907 +24/12/2006). "Ganhou o apelido de pássaro pelo Bando dos Tangarás, por ser esta, uma das 4 grandes músicas de Carnaval dos anos de 1930." (7) CONTINUAÇÃO AQUI

    Loirinha, loirinha
    Dos olhos claros de cristal
    Desta vez em vez da moreinha
    Serás a rainha domeu carnaval

  • 1934: CARNEIRINHO
    Interpretada por Francisco Alves pelo Grupo Diabos do Céu, sob a direção de Pixinguinha. Foi gravado pela Victor, em 07 de maio de 1934 e lançado em junho de 1934. Marchinha carnavalesca composta por Nássara (Antônio Nássara *12/11/1909 +11/12/1996). CONTINUAÇÃO AQUI

    Carneirinho, Carneirão
    Sobe tudo, que é Barão
    Ai meu santo ó
    Tem saído a saudade
    Dentro do meu coração

  • 1935: EVA QUERIDA
    De composição de Benedicto Lacerda e Luiz Vassalo, os amantes de paródias frasearam-lhe os versos, o que levou esta música além do Carnaval. (1) CONTINUAÇÃO AQUI

    Eva querida
    Quero ser seu Adão
    Dar-te0hei o meu amor
    A minha vida
    Em troca do teu coração

  • 1935: GRAU DEZ
    A marchinha carnavalesca foi composta por dois grandes compositores: Lamartine Barbo (*10/01/1904 RJ +16/06/1963 RJ) e Ary Barroso (*07/11/1903 Ubá +09/02/1964 RJ) A Marchinha foi interpretada por Francisco Alves (19/08/1898 Pindamonhangaba +27/09/1952), CONTINUAÇÃO AQUI

    Rainha da cabeça aos pés
    Morena eu te dou grau dez

  • 1936: BALANCÊ
    Interpretada por Carmem Miranda no Carnaval de 1936, composição de João de Barro e Alberto Ribeiro, pela Gravadora Odeon. Em 1979 a cantora Gal Costa relança a marchinha, que fez o maior sucesso, perpertuando até nos dias de hoje. CONTINUAÇÃO AQUI

    Ô balancê balancê
    Quero dançar com você
    Entra na roda morena pra ver
    Ô balancê balancê

  • 1936: PIERROT APAIXONADO
    Composta por Noel Rosa e Heitor dos Prazeres. Marcha com letra de NOEL ROSA e música de Heitor Prazeres, interpretada por Joel e Gaúcho, gravação Victor . Ano 1936. Edição "A Melodia - de Esteban S Tamanho foi o sucesso desta marchinha no Carnaval do Rio de Janeiro de 1936, que perdura até os dias de hoje. CONTINUAÇÃO AQUI


Harpa Colecionáveis e Antiguidades


  • 1936: MARCHINHA DO GRANDE GALO
    Foi a primeira canção carnavalesca que usou o onamotopaico completo. Interpretado pelo Bando da Lua, a marchinha carnavalesca foi composta por Lamartine Babo (*1904 +1963) e Paulo Barbosa (*1900 +1955). CONTINUAÇÃO AQUI

    Có, có, có, có, có, có, ró
    Có, có, có, có, có, có, ró
    O galo tem saudade
    Da galinha carijó!

  • 1937: LIG LIG LÉ
  • Esta machinha é de composição de Paulo Barbosa e Osvaldo Santiago, CONTINUAÇÃO AQUI

    Lá vem o seu china
    Na ponta do pé
    Lig Lig Lig
    Lig Lig Lé

  • 1937: MAMÃE EU QUERO
    Composição de Jararaca (*1896 +1977) e Vicente Paiva (*1908 +1964) gravada em 17/12/1936 sendo interpretada por Almirante e Jararaca. Já em 1941 foi lançado foi gravado pela Odeon com interpretação de Carmen Miranda e acompanhamento de Bando da Lua, tornando a marchinha um grande sucesso internacional. CONTINUAÇÃO AQUI


    Mamãe eu quero, Mamãe eu quero
    Mamãe eu quero mamar
    Dá a chupeta, Dá a chupeta
    Dá a chupeta pro bebê não chorar!

  • 1938: TOURADAS DE MADRID
    Marchinha interpretada por Almirante (Henrique Foreis Domingues (*1908 +1980 RJ) e composta por Alberto Ribeiro e João de Barro (o Braguinha - Carlos Alberto Ferreira Braga *29/03/1907 +24/12/2006). O tema foi inspirado porque nessa época, a Espanha estava na mídia devido a guerra civil, Na véspera do carnaval (25/02/1938) aconteceu o Concurso de Marchinhas promovido pela Prefeitura do Rio de Janeiro, ganhando em 1º lugar "Touradas em Madri", 2º Pastorinhas, 31º Sereia" (Alvarenga e Ranchinho). CONTINUAÇÃO AQUI

    Eu fui as Touradas em Madrid
    Pa ra ra ti bum bum bum
    Pa ra ra ti bum bum bum

  • 1938: PASTORINHAS
    Sucesso no Carnaval de 1938. Tudo começou em 1934 quando foi composta por João de Barro (Braguinha) a marchinha LINDA PEQUENA, mas lançda em LP Vinil em novembro de 1935, mesmo assim, não fez sucesso. Em dezembro de 1937, João de Barro e Noel Rosa refizeram a canção "Linda Pequena" relançando em janeiro de 1938 com o título de "Patorinhas", interpretado por Sílvio Caldas. Fizeram algumas modificações "substituindo: "moreninhas" por "pastorinhas" / "pequena" por "pastora" / "pequena que tens a cor morena" por "morena da cor de Madalena". ele daria como pronta a nova versão que Sílvio Caldas gravou com o título de "Pastorinhas", em 13.12.37. Lançada no mês seguinte." (7) CONTINUAÇÃO AQUI

    A estrela D'Alva
    No céu desponta
    E a lua anda tonta
    Com tamanho esplendor

  • 1938: PERIQUITINHO VERDE
    Marchinha carnavalesca composta por Nassara (Antônio Nássara *12/11/1909 +11/12/1996) Uma das primeiras marchinhas com temática de Bichos. CONTINUAÇÃO AQUI

  • 1938: A JARDINEIRA
    Suceso no Carnaval do ano seguinte (1939), a marchinha carnavalesca foi interpretada por Orlando Silva, mas foi composta pelo baiano Humberto Porto, com música de Benedito Lacerda.No lançamento pela Gravadora Victor em 1938,a imprensa contestou a autoria por a "A Jardineira" ser uma antiga cantiga de roda popular. A crítica caiu sobre os autores por adaptarem a cantiga, CONTINUAÇÃO AQUI

    Oh! Jardineira,
    Por que estás tão triste?
    Mas o que foi que te aconteceu?

  • 1939: YES, NÓS TEMOS BANANA
    Composto por Alberto Ribeiro e João de Barro (o Braguinha)."Ao ouvirem casualmente um grego quitandeiro, dizer para um freguês a frase absurda e gramaticalmente incorreta "yes, we have no bananas", os compositores Frank Silver e Irving Cohn tiveram a idéia de usá-la numa canção humorística, cheia de disparates:

"Yes, we have no bananas
We have no bananas today
We've string beans
And onions, cabbages and scallions
And all kind of fruit..."

Traduzindo seria: Sim, nós não temos bananas
Não temos bananas hoje
Nós temos vagens
E cebolas, repolho e alho poró
E toda espécie de fruta...



Partitura Amazon


Lançada em 1923, a canção estourou na voz do cômico Eddie Cantor, que a aproveitara na peça "Make it snappy". "(7) Após 15 anos, Braguinha e Alberto Ribeiro usou o primeiro estribilho da canção "Yes, We Have No Bananas" e fizeram a marchinha carnavalesca "Yes , Nós Temos Bananas".(7) CONTINUAÇÃO AQUI

Yes! Nós temos bananas
Bananas pra dar e vender
Banana menina, tem vitamina
Banana engorda e faz crescer...



Reprodução da cena do Documentário "Bananas is my Business" de 1995



  • 1939: TIROLESA
    Grande Sucesso carnavalesco, e "Tirolesa" sendo incorporada como uma expressão na linguagem carioca. CONTINUAÇÃO AQUI

    Ó tirolesa, Ó tirolesa
    Eu te conheço desde o outro carnaval

  • 1939: KATUCHA
    Marchinha carnavalesca que não fez tanto sucesso. Foi interpretada por Dyrcinha Batista e composta por Oswaldo Santiago e George Moran.


Harpa Colecionáveis e Antiguidades


  • 1939 - HINO DO CARNAVAL BRASILEIRO
    Lamartine Babo muita coragem em fazer uma marchinha com esse título em 1939, decorrentes a política militar da peoca. A marchinha foi interpretada pelo cantor Almirante. CONTINUAÇÃO AQUI


1940 à ... - continuação
A História das Marchinhas continua em 1940, com o apogeu no Carnaval do Rio de Janeiro, NÃO FIQUE PARADO AI, CLIQUE LOGO NA CONTINUAÇÃO AQUI




BIBLIOGRAFIA
(1) 100 ANOS DE CARNAVAL - história das marchinhas, Banda Canecão pela Polydor (excelente)
(2) GONZAGA, Chiquinha - site oficial da musicista, acessado em 2021
(3) ABRAMUS - Associação Brasileira da Música, Marchinhas publicado em 15/02/2023
(4) FENERICK, José Adriano - Livro "Nem do Morro, nem da Cidade - as transformações do samba e a indústria cultural (1920-1945), Editora Annablume, 2005.
(5) RÁDIO BATURA - PodCast "Música em 78 Estações - SEE+
(6) O CARIOCA, 168, 46-47 14/01/1939, Biblioteca Nacional do Brasil, BN Digital
(7) CIFRA ANTIGA, Marchinhas Carnavalescas, por Everaldo José dos Santos, 27/04/2006 - acesso em 2007
(8) VEJA, Revista Veja, O SOM E A FÚRIA, Por Felipe Branco Cruz, 10/02/2023
- ARAÚJO, S. - "Entre palcos, ruas e salões: processos de circularidade cultural na música dos ranchos carnavalescos do Rio de Janeiro (1890-1930)" - UFRGS
- BANANAS IS MY BUSINESS, documentário de 1995, dirigido por Helena Solberg.
- BOSCO, João, cartum Carnaval 2019, site oficial Lápis de Memória, SEE+
- Câmara Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Lei nº 3611/2003, data da Lei 12/08/2003 - CONTINUAÇÃO AQUI
- IMS Paulusta, Instituto Moreira Salles, acervo J.Carlos no Periódico Careta
- Marcelo Bonavides, Estrelas que nunca se Apagam, 11/12/2024.
- O Globo Rio, por Gabriela Goulart, "Em 1907, marchinha sobre febre amarela bombava no carnaval do Rio", 23/01/2018
- Partituras Capas: Harpa Leilões Colecionáveis e Antiguidades / Roberto Magalhães Gouvêa Leilões / Amazon

www.carnaxe.com.br