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Do Ilê Axé Jitolu para o Mundo "Ah, se não fosse o Ilê Aiyê"
bastidores da folia
Festa de lançamento do tema



No dia 30 de março aconteceu a festa de lançamento do tema do Bloco Ilê Aiyê para o Carnaval de Salvador 2014 - Bahia. A festa reuniu às 22h, na Senzala do Barro Preto, no Curuzú, na Liberdade, a banda oficial do bloco a Band’Aiyê e os convidados "O Círculo, Aloísio Menezes e Sangue Brasileiro e Grupo Negros de fé.

TEMA DO CARNAVAL 2014 - Do Ilê Axé Jitolu para o mundo. Ah! Se não fosse o Ilê Aiyê.
A intenção do Ilê Aiyê é contar e cantar a história do carnaval baiano antes da criação do bloco, os desdobramentos que ocorreram com a criação do bloco e os frutos advindos desse importante fato histórico. Vamos abordar o contexto histórico em que o bloco foi criado, os motivos que levaram a união daqueles jovens do bairro da Liberdade a fundar o sucesso que hoje é o Ilê Aiyê. Um grupo de jovens que, imersos no mundo da cultura negra tradicional na Bahia – os candomblés e sambas – moradores de um bairro popular e majoritariamente negro apropriadamente chamado Liberdade, seduzidos pela “onda soul” que atravessou o país empolgando a juventude negra no final dos anos 70, inspirados pelas lutas globais de emancipação racial; resolvem formar um bloco só com negros, o “Ilê Aiyê”, mundo negro numa tradução livre. Este ato inaugural é o ponto de partida para o início das interpretações sobre as mudanças na identidade negra e nas relações raciais. Como costumo dizer, “antes os negros só serviam para carregar alegorias”. O Ilê Aiyê surge dentro do Ilê Axé Jitolu, com as bênçãos da Yalorixá Hilda Jitolu, com a intenção de mudar o paradigma do carnaval de Salvador. Ao longo dos seus 40 anos, abordou vários assuntos ligados à temática negra, nos seus temas de carnaval. Temáticas que nunca estiveram contidas nos currículos escolares do Brasil. Assim, de 1976 a 1988 todos os temas do Ilê contaram parte da história do continente negro, como por exemplos: Watusi, em 1976; Zimbábue, em 1981; Angola, na comemoração dos seus 10 anos, em 1984 e Senegal, em 1988.
A partir do final da década de oitenta, o bloco começa a voltar-se para a questão educacional. Sobre influência da Yalorixá Hilda Jitolu, é criado, dentro do seu Ilê Axé Jitolu, a Escola Mãe Hilda. As práticas educacionais existente na Escola Mãe Hilda, desde 1988 se torna o foco principal da Lei 10.639/03, promulgada pelo Presidente Lula e que obriga a inclusão das histórias de lutas e resistências povo negro no currículo escolar.
Em 1992 o bloco criou a Banda Erê, a principal ação educativa voltada para as crianças e jovens do Ilê Aiyê, no Curuzu-Liberdade. Este processo educativo começou com aulas de percussão para meninos como forma de envolvê-los em uma atividade lúdica e, ao mesmo tempo, propiciar-lhes o acesso ao mundo da cultura negra produzido pelo Ilê Aiyê.
Em 1997 foi criada a Escola Profissionalizante do Ilê Aiyê que faz parte da estratégia da Entidade de consolidar o seu projeto de autossustentação. A Criação do Ilê Aiyê, em meados da década de setenta, desencadeou a criação de outros blocos afro, o que mudou a configuração do carnaval de Salvador a partir da década de oitenta. O seu trabalho é de fundamental importância para o Ilê Aiyê que desde a sua fundação tem como objetivo narrar histórias do povo negro, para que através da consciência e educação conheçamos a verdadeira história. Desejamos a todos e todas boas músicas e mais um bom Festival de Música Negra do Ilê Aiyê que ocorrerá nos meses de outubro, novembro e dezembro. Axé,
Antonio Carlos dos Santos Vovô


Fonte : Ilê Aiyê - março 2013

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