O Samba-Reggae é um ritmo que mistura do samba com o reggae jamaicano. O gênero musical foi criado na década de 80 em Salvador, na Bahia (Brasil), por Antônio Luís Alves de Souza, conhecido como "Neguinho do Samba", mas se tornou conhecido nacionalmente em 1986, nas apresentações do Olodum, onde ele era maestro da bateria, CONTINUAÇÃO AQUI 1990 Alguns anos antes, em 1990, o cantor Paul Simon também levou a percussão do Olodum para a memorável apresentação no Central Park. Neguinho do Samba morreu em decorrência de uma parada cardíaca, depois de passar mal dentro de casa, em Salvador. 1996 O mestre Neguinho do Samba também foi o grande responsável por levar o gênero da Bahia para o mundo. Em 1996, ele fez o arranjo do samba-reggae para Michael Jackson, na música "They don't care about us", que teve o icônico clipe gravado no Pelourinho, com a participação do Olodum e dirigido pelo cineasta Spike Lee. Clipe de Michael Jackson gravado em Salvador com o Olodum Nesta semana, o clipe da música “They Don’t Care About Us”, popularmente conhecido pelos baianos como o “clipe que Michael Jackson gravou com o Olodum” ultrapassou a marca de 1 bilhão de visualizações no Youtube. Sob a direção do cineasta americano Spike Lee, o videoclipe foi gravado em fevereiro de 1996 e traz o Rei do Pop pelas ruas do Centro Histórico de Salvador, tendo cenas gravadas no morro Dona Marta, no Rio de Janeiro. Publicado no canal oficial do artista em 2009, o vídeo é o segundo mais assistido, perdendo apenas para o hit “Billie Jean”, e na frente mesmo do sucesso “Thriller”. Em entrevista para a TV Bahia no ano 2000, Neguinho disse que se inspirou na dança das mulheres do Ilê Aiyê para criar o samba-reggae. "Quando eu vi aquelas coroas [pessoas mais velhas] de 60, 70 anos dançando, aquilo ia me inspirando, a maneira como elas iam dançando, como mudavam os passos, e eu ia fazendo aquilo com o tambor", contou Neguinho do Samba à época. Neguinho do Samba (Salvador BA - *21/06/1955 +31/10/2009) Já com treze anos de idade ia aos ensaios, no Pelourinho, da banda "Os Lordes" que se apresentava durante o carnaval da cidade, mas ensaiava durante todo o ano e, ali, foi reconhecido pelo mestre, passando a tocar na linha de frente; fez parte de várias escolas de samba da capital baiana tais como Ritmistas do Samba ou Diplomatas de Amaralina e de blocos de índio como Apaches do Tororó e blocos de trio como Corujas.[2] Foi na metade da década de 1970 que Neguinho trocou o bloco de índio por aquele que é o primeiro bloco afro do carnaval baiano, do qual foi um dos fundadores: o Ilê Aiyê, ali sendo diretor de bateria e compositor por onze anos.[2] Com a permanência do bloco afro fiel às tradições rítmicas, e mudou para o Olodum onde, em 1983, foi convidado a reger sua bateria; foi nesta época que ganhara o apelido a partir de um fato prosaico, que ele narrou assim: "Um dia eu parei em frente ao Bar do Reggae com um carro cheio de instrumentos e aí um amigo disse: você é o Neguinho do samba mesmo, né, rapaz? Aí pegou."[2] No Olodum, com plena liberdade de trabalho, ele inseriu modificações nos instrumentos que integram os grupos típicos de samba, propôs novas formas de percussão, fazendo assim a renovação do ritmo; na época o Pelourinho era um reduto de Reggae, o que certamente influenciou a mudança de batida que Neguinho introduziu, sendo ele um dos seus criadores; a este respeito assinala Goli Guerreiro: "...apesar do consenso construído em torno de Neguinho do Samba e do papel fundamental que ele teve, não se pode creditar a um só músico a invenção do samba-reggae. O ritmo, sem dúvida, resulta de um variado caldeirão musical...".[2] Entre seus discípulos Neguinho era tratado com verdadeira reverência; no dizer de Guerreiro, era uma "quase entidade"; sobre seu dom Neguinho lhe declarou: "Eu tenho uma coisa que só os deuses podem responder pra mim. Esses ritmos eu não sei como acontecem, acho que tinha chegado o momento, e só o universo pode dizer por quê".[2] Após gravar com Paul Simon, o músico lhe ofereceu um carro importado como presente, mas este preferiu trocar o presente por uma casa no Pelourinho, onde passou a morar e instalou a sede da "Escola Didá".[4] Em 1996 Neguinho aparece regendo o Olodum no videoclipe de Michael Jackson da canção They Don't Care About Us ("Eles não se importam conosco", em livre tradução) filmado por Spike Lee no Pelourinho.[2] Além da música trabalhou como eletricista, ferreiro e foi camelô; teve sete filhos.[4] Morte Portador de cardiopatia, três meses antes de sua morte Neguinho havia perdido uma irmã e, por isso, estava deprimido; familiares disseram que reclamava da saúde há duas semanas; durante a madrugada de sábado, dia 31 de outubro de 2009, ele passou mal na sua casa e foi levado a um posto de saúde no bairro de Pernambués, onde foi liberado após receber medicação; na tarde do mesmo dia voltou a passar mal, vindo a falecer.[4] Neguinho foi velado na sede da Associação Educativa e Cultural Didá, no Pelourinho, sendo o velório prestigiado por centenas de fãs, além de seus amigos e familiares; foi sepultado no dia seguinte à sua morte, no Cemitério Jardim da Saudade.[1][5] A Secretaria de Cultura de Salvador decretou luto oficial por três dias, e suspendeu as atividades culturais desenvolvidas no Pelourinho.[1] Uma faixa preta foi estendida, em luto, no Terreiro de Jesus.[4] C:/_pesquisa/history/2009/nov/nov_78.htm ver file:///C:/_pesquisa/history/busca/dida.htm