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Ouro Negro marca presença na Lavagem do Bonfim pela primeira vez

A Lavagem do Bonfim 2024 contou, pela primeira vez, com a presença do Programa Ouro Negro, mantido pelas secretarias de Cultura (SecultBa) e de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi) do Governo do Estado. Participaram da Lavagem com apoio do Programa Ouro Negro os blocos de matrizes africanas Afoxé Ilê Oya do Abacaxi, Bloco Afro Malê Debalê, Bloco Amor e Paixão, Bloco da Saudade, Bola Cheia, Proibido Proibir e Samba pra Rua.

Segundo o presidente do Bloco Afro Malê Debalê Claudio Souza de Araújo, da comunidade de Itapuã, eles sempre estiveram presentes na lavagem. “Neste ano, agradecemos muito ao Ouro Negro porque, com esse apoio, pudemos vir à lavagem com essa estrutura de mini trio, 60 percussionistas e 100 bailarinos da nossa comunidade. Estamos muito felizes com a política de acessibilidade do governo do Estado, o Secretário Bruno Monteiro tem dado uma aula de gestão da cultura. Esse apoio é fundamental pra gente que milita dentro da comunidade de Itapuã todos os dias do ano com vários projetos sociais para além da nossa participação na lavagem e no Carnaval”, disse.

Há 28 anos, o bloco Bola Cheia participa da lavagem e, em 2024, contou com o apoio do Ouro Negro. “Quero parabenizar a SecultBa e o programa Ouuro Negro pela iniciativa. Este apoio é muito importante, ainda mais por impulsionar a presença de blocos que, como o Bola Cheia, sai com cerca de 500 pessoas da nossa comunidade”, conta Jurandi Tadeu, presidente do bloco.

Fernando Rufino, filho de Nelson Rufino e responsável pelo bloco Amor e Paixão, conta que participam da lavagem há 20 anos ao som dos tantãs. “Neste ano, com o apoio do Ouro Negro, pudemos sair como Amor e Paixão para celebrar em vida o legado e os 80 anos do meu pai”, explica. Nelson Rufino é um dos principais compositores de samba do país. “Acho muito importante o Ouro Negro estar apoiando essas manifestações populares que são a nossa identidade. Esse apoio é vital para a continuidade dos blocos de matriz africana. Parabéns ao governador Jerônimo e ao secretário Bruno Monteiro que têm feito um trabalho fantástico com toda a sua equipe”, finaliza Rufino.

Luiz Cláudio, diretor geral do bloco Proibido Proibir, conta que a entidade surgiu na década de 80 no Engenho Velho da Federação e, desde 2001, participa da Lavagem do Bonfim. “Começamos na Lavagem com uma festa no Trapiche Barnabé em 2001, mas nossa essência é estar na rua, nosso trabalho no Engenho Velho da Federação sempre foi na rua. Por isso, hoje, o Ouro Negro é peça fundamental pra nossa saída, pela iniciativa e pelo repasse de recursos”, explica. Com o apoio, o bloco também pode viabilizar a participação, como convidados, do grupo de capoeira Águia Dourada, do mestre Lancha, e da fanfarra do Bailão, ambas instituições associadas ao instituto Proibido Proibir.

Para Ana Flauzina, idealizadora e produtora do bloco Samba pra Rua, que estreia na Lavagem do Bonfim neste ano, políticas como o programa Ouro Negro são importantes para reverter um quadro ainda violento para a juventude negra por meio da cultura. “O Ouro Negro é fundamental para garantir a presença da população negra nesses espaços e para garantir a cultura o ano inteiro. Ficamos felizes de fazer parte dessa caminhada ao lado de blocos tão tradicionais e importantes. Pedimos a benção para aqueles que nos antecedem e, neste ano, queremos também deixar a nossa digital nesta celebração”, diz.

Tanise dos Santos Cabral Almeida, vice-presidente do Bloco da Saudade, diz que o apoio do Ouro Negro é fundamental para a existência do bloco na Lavagem do Bonfim. “Meu pai, fundador do bloco, sai na Lavagem há mais de 30 anos. Em 2017, depois de um período de hiato, retomamos a nossa participação. O nosso bloco é formado majoritariamente pela melhor idade, e a venda das nossas camisetas serve para apoiar instituições de caridade que atendem esse público. Estamos muito felizes de termos sido agraciados com o apoio do Ouro Negro para seguir com este trabalho neste ano” conta.

PROGRAMA OURO NEGRO Programa Ouro Negro - Concebido em 2008, o Programa Ouro Negro concede apoio financeiro às entidades de matrizes africanas como blocos afro, afoxés, samba, reggae e blocos de índio, para a realização dos seus desfiles no Carnaval da Bahia. Em 2024, o Programa foi ampliado e teve o maior investimento da história, praticamente o dobro dos investimentos de 2023. Mais de 170 propostas foram contempladas para apoiar entidades nos seus desfiles em Festas Populares de todo o estado.
Desde a sua criação, o programa passou por modificações e, em 2014, com publicação da Lei nº 13.182 que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa do Estado da Bahia, o Programa Ouro Negro foi reconhecido, e a sua ampliação foi prevista em lei. Dessa forma, o programa promove a preservação e a valorização desses blocos, com o desfile em alas e roupas tradicionais, assim como a maior participação da juventude, transmitindo o legado para as novas gerações. Dentro de suas comunidades, estas Entidades contribuem para o desenvolvimento social através de projetos que estimulam a construção de uma cultura cidadã.

Fonte : SECULT BA (11/01/2024 20:00) - Janeiro 2024

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