Respeitando os cânones tradicional da folia, vamos brincar entre as páginas da folia, desvendendo as histórias dos blocos do carnaval baiano, resgatando a cultura e a diversidade. Um espetáculo que se mistura a tradição carnavalesca ...



Qual a Origem dos Blocos?


Os blocos de Carnaval ou os bloquinhos (blocos menores) são mais antigos do que parece. Eles surgiram no século 17 dos ENTRUDOS portugueses, que virou uma comemoração carnavalesca popular brasileira. Ao longo do tempo foram evoluindo até se tornarem os blocos que hoje tomam as ruas de todo o país.



Qual o maior Bloco do Mundo?


Antes de começarmos a classificar os Blocos do Carnaval de Salvador, temos que destacar que o Maior Bloco do Mundo é o GALO DA MADRUGADA, que defila na cidade de Recife, no Pernambuco. Em 1994, o Bloco Galo da Madrugada foi reconhecimento internacionalmente, entrando ao Guiness Book (Guinness World Records), quando desfilou com 1,5 milhão de foliões desfilaram pelas ruas do centro ddo Recife. E não pára por aí, no Carnaval de 2018, no aniversário de 40 anos do bloco, o desfile arrastou um público médio de 2,3 milh&oatilde;es de folióes. Aplausos ao Carnaval do Recife!



Qual o maior Bloco do Brasil?


Sim, o GALO DA MADRUGADA é o maior bloco do Brasil, conforme justificado na questão anterior. Mas há outros blocos grandes espalhados pelo Brasil afora, CONFIRA AQUI.



Enquanto isso, no Carnaval de Salvador...


O folião pode brincar de três formas: dentro dos CAMAROTES, na PIPOCA e dentro dos BLOCOS com toda a estrutura abaixo. E vamos Resgatar cultura e diversidade. Um espetáculo que se mistura a tradição carnavalesca ...



Afinal o que é um Bloco?


O Bloco é espaço em torno do trio elétrico isolado por cordas e seguranças, onde os foliões fantasiados de ABADÁ brincam com comodidade, seguindo uma ordem de desfile nos circuitos atrás do trio elétrico. O trio elétrico se move no CIRCUITOS (percurssos) tocando MÚSICAS e os foliões ao redor, se deslocam a pé, pulando na rua e cantarolando as canções. Os blocos são animados por bandas, carros de som ou trios elétricos. Para ter acesso ao bloco é necessário comprar o KIT-FOLIA. Anteriormente eram divididos nas categorias:

BLOCO TRIO - São blocos de grande porte que desfilam no domingo, segunda e terça de carnaval. Os blocos de trio surgiram na década de 70, com a modernização tecnológica dos caminhões de som dos trios elétricos.

BLOCOS ALTERNATIVOS - São blocos que desfilam quinta, sexta e sábado de carnaval.

BLOCOS AFROS - Os blocos afro são responsáveis pelo resgate da cultura africana e exibem, através da dança, da música e da indumentária, as contribuições das heranças negras para a formação da identidade brasileira. Trazem consigo um forte viés político: a luta contra o preconceito e o racismo.

BLOCOS AFOXÉS - Surgiu no final dos anos 80, quando descendentes de africanos vinculados ao candomblé se reuniram num só ritmo, o Ijexá, e participaram da grande festa, que antes era exclusivamente da população branca. A religiosidade e a musicalidade dos atabaques, agogôs e xequerês. Essas são as duas características principais dos afoxés, também chamados de candomblés de rua. Estas entidades carnavalescas são manifestações artístico-culturais que têm origem nos espaços sagrados da religiosidade negra, os terreiros de candomblé, com sua música ritualística, seus instrumentos próprios e suas vestimentas e danças. Com roupas coloridas fazendo referências aos orixás, cantigas em iorubá, instrumentos de percussão e danças no ritmo do ijexá, os afoxés são considerados as primeiras entidades negras a desfilarem no Carnaval.

BLOCOS INFANTIL - desfile de crianças.

BLOCOS ÍNDIOS - Inspirados nos Índios norte-americanos e com forte influência na cultura cinematográfica ianque e seus filmes de faroeste, os blocos de Índio surgiram por volta da década de 1960 e costumavam sair as ruas durante o Carnaval ao som da bateria de percussão e com figurino repleto de referências indígenas. Essas entidades receberam nomes inspirados em povos indígenas da América do Norte, como Apaches do Tororó e Commanches do Pelô, e do Brasil, como os Tupis e Guaranis. Além do figurino indígena, outra característica destes blocos é a musicalidade, fortemente marcada por ex-integrantes das baterias das escolas de samba de Salvador que migraram para os Blocos de Índio.

BLOCOS PERCUSSÃO - Conhecidos como blocos de rua, são acompanhados por banda de instrumentos de percussão. Surgidos por volta da década de 1930, quando da criação das primeiras batucadas e escolas de samba, essas entidades costumam desfilar ao som de instrumentos de percussão. Grande parte desses blocos nasceu da reunião de amigos que desejavam ver suas comunidades representadas no Carnaval, desfilando pela Avenida. Os figurinos dos integrantes dos blocos de percussão são compostos geralmente por camisas, chapéus de palha e bandanas. Algumas dessas entidades acrescentam ainda instrumentos de sopro ao ritmo contagiante da percussão, formando um subgrupo, denominado de blocos de percussão e sopro.

BLOCOS TRAVESTIDOS - Compostos por homens vestidos e caracterizados como mulheres, e possuem uma estrutura semelhante dos de percurssão.

BLOCOS DE REGGAE - Demonstrando que o Carnaval é uma festa musicalmente eclética, os blocos de reggae trazem a força da sonoridade do próprio ritmo, associada a filosofia Rastafari que defende, entre outras causas, a justiça social e a equiparação de direitos através da música, arte e cultura. Foi através do reggae que a filosofia Rastafari chegou a Salvador, em especial ao Pelourinho. E aqui o ritmo ganhou um parceiro forte, o samba, gerando o principal ritmo da folia: o samba-reggae. Desde o início da década de 80, a Bahia tem contribuído para fortificar o reggae brasileiro, a partir de organizações e movimentos, e influenciado o comportamento de jovens negros de Salvador, o que pode ser percebido nas roupas utilizadas e os cabelos, os dreadlocks. O ritmo pode ser ouvido, o ano inteiro, nos bares do Pelourinho e, principalmente, nas Terças da Benção. Mas é no Carnaval que os admiradores do som da Jamaica ganham as ruas.

BLOCOS SAMBA - A partir da década de 1990, com a profissionalização dos blocos de samba, houve uma nova conquista para o gênero no Carnaval: a consolidação da quinta-feira como o Dia do Samba na Avenida, demonstrando a força do gênero musical mais popular do pais. Além disso, o intercâmbio dos blocos baianos com bandas e artistas do eixo Rio-São Paulo serviu para atrair muitos foliões para os blocos, incluindo os jovens, que passaram a se interessar mais pelo samba. Com seus tradicionais chapéus brancos e a cadência dos tamborins, pandeiros e cavaquinhos, o samba desfila na Avenida com entidades que enchem de colorido e animação a quinta e a sexta-feira de Carnaval.

TRIOS INDEPENDENTES - desfile de trios sem corda, geralmente não patrocinados pela Prefeitura.

TRIOS ESPECIAIS - desfile de trios sem corda patrocinados pela Prefeitura, designados para os eventos especiais como Tema do Carnaval, Cortejo do Rei Momo, Carnaval dos Bairros ou de Cuidados/Presenvativos.

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Afinal o que é Programação dos Blocos


No curto-circuito da folia fique ligado na programação do Carnaval...

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O que á Abadá ou Kit-Folia?


Para ter acesso ao bloco é necessário a compra de um kit-folia que é composto por CLIQUE AQUI. Agora quer saber onde e como comprar um abadá ou kit-folia - CLIQUE AQUI



Origem dos Blocos


Em 1957 surge o primeiro bloco organizado por pessoas da classe média chamado OS FANTASMAS desfilando até 1961, ano em que acontece o primeiro desfile público do Rei Momo. Em 1962 o Bloco INTERNACIONAIS onde passou a delimitar o espaço do bloco com Cordas e Cordeiros (os que seguram as cordas do bloco). Surge as Mortalhas - corte quadrado e largo para brincar o Carnaval.
Em 1962 foi fundado o CLUBE DOS CORUJAS criando uma rivalidades dos foliões com os do Internacionais. O bloco surgiu quando um grupo de jovens que havia desistido do bloco Os Internacionais reuniu-se na Igreja do Boqueirão, no bairro do Santo Antônio, e decidiu formar uma nova entidade. Os três blocos eram formados exclusivamente de homens acima de 18 anos que desfilavam fantasiados ao som de instrumentos de percussão.
Na primeira metade da década de 70, surgem os primeiros blocos de trio, como o Traz os Montes, formados por jovens de classe média-alta de Salvador. Em 1975, o trio elétrico Dodô e Osmar, após 14 anos afastado, retorna ao Carnaval comemorando o Jubileu de Prata.
Em 1976 surge o trio elétrico Novos Baianos e ao lado do Trio Armandinho de Dodô e Osmar (Família Macêdo) introduzem o swingue baiano.
Em 1978 é fundado o Bloco Camaleão, que inicia o processo de inovação do Carnaval. baiano, tanto na implementação de mudanças físicas e tecnológicas no trio elétrico, quanto na gestão empresarial dos blocos, caracterizando cada vez mais o Carnaval de Salvador como negócio.





Nos anos 80, os horários dos desfiles eram definidos de acordo com a data de fundação da entidade e os principais blocos de trio passam a ser vinculados aos cantores/Banda que os puxavam e mudavam de nome como aconteceu com o Bloco Os Internacionais sendo InterAsa de 1999 a 2001 a (Banda Asa de Aguia com Durval Lelys) , Interlada (Banda Timbalada - Ninha, Denny), InterNet (Netinho)e apenas Inter.
Nos anos 90 o bloco que tinha o abadá mais caros era o EVA e nele não se via foliões negros. Nessa época para ter acesso aos blocos era necessário fazer um cadastro antecipado com foto, assim o cadastro poderia ser aprovado ou não. Se aprovado compra-se a mortalha.



Blocos vendem vagas nos Circuitos


Segundo reportagem do IBahia de 17 de fevereiro de 2013, blocos vendem vagas nos circuitos do Carnaval por até R$ 500 mil. E mais: "Na última vez que o bloco Gula desfilou no Carnaval de Salvador com seu nome, em 2007... De lá pra cá, especialistas em Carnaval afirmam que o bloco só aluga vagas para artistas que querem desfilar no seu horário, um dos primeiros do Circuito Dodô (Barra-Ondina). Virou um bloco de aluguel."(3) O comércio de posição na fila "foi parar na Justiça no Carnaval 2013 e quase o bloco Largadinho, de Claudia Leitte, não desfila".(3) Como seu bloco é novo em 2013, ela comprou o espaço no Circuito Barra/Ondina do Bloco Broder por R$ 100 mil, poré o lugar já tinha sido vendido para o Bloco Timbalada. CONTINUAÇÃO AQUI




Conheça os Blocos e sua história


Resgatando a história dos blocos antigos e atuais do Carnaval de Salvador, na Bahia, começamos a falar sobre o tradicional Bloco Corujas, que não é o "Coruja" que a Ivete Sangalo desfila. Com aplausos a esse texto de Nelson Varón Cadena, confira já:


BLOCO OS CORUJAS

"Em 1962, o bloco que nasceu nas escadarias da Igreja do Boqueirão em Santo Antônio e já era referência de grande rivalidade com Os Internacionais, filho do mesmo bairro, surpreendeu na Avenida, com o figurino de fazendeiro mexicano que 400 integrantes exibiram com orgulho. Não foi um desfile simples, nem improvisado. No início de verão o bloco mobilizou uma centena de costureiras, recrutadas entre esposas, namoradas, filhas e amigas das amigas, para dar conta do recado. Confeccionaram as roupas de fazendeiro mexicano e os adereços que nada mais eram do que 5 mil flores em alto relevo e 30 mil prendedores dourados e pretos. Deu certo, o desfile dos Corujas mereceu elogios da mídia e a bateria do bloco se impôs na Avenida. Foi o sexto desfile dos Corujas.
O Bloco Coruja teve sua estréia em 1964 com 70 integrantes, ostentando fantasias de Arqueiros do Rei. Em 1968, exibiu duas canoas indígenas e a sua bateria ostentava cocar de índios ao estilo Peles-Vermelhas dos americanos. Em 1970, desfilaram como lordes franceses, a bateria já era destaque, pela qualidade da percussão. Em 1971, elegeram a sua primeira Rainha, foram buscar um trono em desuso na sede do Cruz Vermelha e com isso surgiu a necessidade de introduzir no cortejo um carro alegórico, confeccionado pelo artista plástico Manoel Neto." (2) Foto abaixo, Carnaval de Salvador 1969, na Bahia.




"Neto foi por anos o responsável pela estética do bloco. Criava figurinos e carros alegóricos. A atriz Jurema Pena, no júri oficial da prefeitura, se empolgou com a estética: "Estão lindos de morrer. Arranjem-me pelo menos uma fita para eu nunca esquecer esse desfile". O bloco azul e branco, atraiu Maria Bethania que desfilou ao lado da bateria e das Rainhas por mais de uma ocasião. Na década de 1990, já era bloco de trio, contou com um consagrado puxador, Ricardo Chaves; comandou o bloco até 2001 quando Ivete Sangalo adquiriu a marca e com ela uma história de sucesso e um privilegiado e desejado segundo lugar no desfile, pelo critério de antiguidade.
Corujas foi um nome espontâneo, surgiu do hábito da turma que sentava na escadaria do Boqueirão para jogar conversa fora e "corujar" as meninas. Hamilton Ribeiro, um de seus idealizadores, retratou esse espírito de época ao compor a marcha criada para um dos primeiros desfiles do bloco: "Cuidado menina/ Com essa turma do Corujas/ Ande direitinho menina/ Porque senão você se suja". (2)


OS CAVALEIROS DE BAGDÁ
Os Cavaleiros de Bagdá descendeu do Bloco Os Mercadores de Bagdá, fundado em 15/8/1959, porém desfilaram pela primeira vez em fevereiro de 1960 com 120 integrantes e seis carros alegóricos. Já na estréia, ganhou o troféu SUTURSA-BA, em primeiro lugar na categoria "Pequenos Clubes." (4)


OS MERCADORES DE BAGDÁ
O Bloco Mercadores de Bagdá foi fundado em 1953, onde "Nelson Maleiro fez parte como músico tocando prato, bumbo, timbais e saxofone e fornecendo alegorias: colares, leques, espadas, pulseiras, brincos e as malas do tesouro." (4)




confira todos Blocos

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BIBLIOGRAFIA
- Pesquisadora Lilian Cristina Marcon
(1) Jornal Grande Bahia, Bloco Os Mascarados completa 20 anos sob comando de Margareth Menezes, 28 fev 2019
(2) CADENA, Nelson Varón, Bloco Os Corujas
(3) IBahia, Blocos vendem vagas nos circuitos do Carnaval por até R$ 500 mil, 17/02/2013, SEE+
(4) CADENA, Nelson Varón, Correio 24 Horas, Publicado na Bahia em 08/02/2019
- Portal Oficial do Carnaval de Salvador, Blocos, edição fevereiro 2007 - SEE +
- Boca do Rio Magazine, por Sara Cristina e Francis Vasconcellos - fevereiro 2024
- Capa, Bloco Camaleão, folder por Pedrinho Rocha
- Catálogo Carnaval Ouro Negro, edição 3, fevereiro 2011 - SEE+
- Cenas de Carnaval: Blocos tradicionais, Correio da Bahia, Correio 24 horas, 21 de fevereiro 2019
- IBahia, Blocos vendem vagas nos circuitos do Carnaval por até R$ 500 mil, 17/02/2013
- Emtursa Empresa de Turismo e Desenvolvimento Economico de Salvador - 1994
- Ricardo Chaves - site oficial, 02 de março 2012