TRAJETÓRIA COMPLETA
Juntamente com seu irmão mais velho e amigos, Durval Lelys fundou o Bloco Pinel, onde era guitarrista e líder da banda, e
convidou Ricardo Chaves para ser vocalista. Um tempo depois, Ricardo Chaves parte para carreira solo e Durval assume os vocais.Nesta mesma época, Durval criou a banda ‘ASA DE ÁGUIA’ , onde conseguiu misturar a sua paixão pelo rock com a batida do carnaval. Despediu-se dos vocais da banda Pinel e assumiu em definitivo a Banda Asa de Águia. Juntou-se ao amigo Marcelo Brasileiro, fundando a Duma Produções, para administrar a banda.
1982 Em 1982, Ricardo Chaves é vocalista da Pinel, onde fez o seu primeiro Carnaval.
Permaneceu na banda por cinco anos. Nessa mesma época, paralelamente, era o cantor da banda Cabo de Guerra, uma das mais importantes bandas de rock de Salvador. Em 1986 foi convidado pela gravadora RCA para gravar seu primeiro disco-solo e se arriscou em mais essa aventura, emplacando o sucesso Taba, de autoria de Carlinhos Cor das Águas e Renato Mattos. Um ano mais tarde puxou o Bloco Frenesi, já tendo contrato fechado com o bloco Eva para 1988, onde ficou até 1992.
1985 A Banda Pinel lança LP Vinil com composições são de Durval Lelys (Banda Asa de Água), sendo produzido nos Estúdios da WR, em novembro de 1985. A produção técnica do LP é de Durval Lelys, Bocha, Nestor Madrid e Ricardo Luedi.
A cada é do designer carnavalesco Pedrinho Rocha : "Eu fiz a capa na base do hidrocor e guache sobre pressão do capitão Simas, ex-diretor da Banda Pinel e posterior da Banda Asa de Águia."
Nos vocais Ricardo Chaves, Alice Becker, Jussara Silveira e Silvinha.
Nas guitarras Luiz Caldas, Durval Lelys e Nino Moura. Duda na guitarra baiana. Alfredo Moura nos teclados. No baixo, Cezário Leone. Os bateras são Ivan Huol e Cezinha.
Na percussão, Jair Bala, Carlinhos Brow e Garfa. Paulinho Andrade no sax.
PINEL DE FLASH GORDON . 1988
Segundo relato do designer Pedrinho Rocha publicado em abril 2011: " Ao som de “Pinel de Flash Gordon”, composição de Durval Lelys, o Bloco do Pinel fervilhava no carnaval de 1988. Era a estréia de Durvalino como vocalista da Banda Pinel que mais tarde daria origem ao Asa de Águia. O trio, em tons de azul, combinava com a mortalha que trazia o “maluquinho” símbolo do bloco mais cobiçado na época.
Bloco Pinel no Carnaval de Salvador 1988 - As mortalhas, enormes pedaços de tecido em algodão e impressas em silk-screen, eram símbolo de orgulho para os foliões que as esperavam ansiosamente. Elas identificavam a que “tribo” você pertencia. Ao contrário de hoje, o status de um bloco era mais importante do que o próprio artista ou banda que se apresentaria no trio. Na verdade, ao artista era concedido o privilégio de “puxar” o bloco e comandar a festa da galera. Era fundamental que ele também pertencesse ao grupo que iria comandar. Assim eram os blocos, assim foi o Pinel.
Combinar o tema da fantasia e da decoração do trio com o da música, foi resultado de uma conversa que Durval Lelys teve comigo logo que ele assumiu a banda. Pela primeira vez ví um cantor se preocupar em dar essa visão homogênea ao bloco. O resultado foi o tema “Flash Gordon Pinel”, juntando música e estética visual. Dessa conversa surgiu também uma parceria que já dura mais de 20 anos.
A mortalha abaixo, marca uma evidente preocupação minha em predominar uma só cor nas fantasias, afim de valorizar o conjunto, mesmo que em detrimento da peça individualmente. Eu entendia que as mortalhas multi-coloridas, quando em conjunto, geravam um efeito pictográfico indefinido, geralmente um tom amarronzado. Tantos anos depois, vejo, curioso, o meu esforço hilário em colocar tons de azuis até nas figuras humanóides do desenho. Mais curioso ainda foi o fato de que, anos mais tarde, essa minha visão monocromática viria a viabilizar uma outra idéia que foi um abadá para cada dia no Bloco Cheiro. Seria impossível, do ponto de vista da segurança do bloco, três abadás multi-coloridos. Para os mais novos, lembro que, até 1997, o folião recebia uma só fantasia para os três dias de carnaval. A criação dos três abadás também viabilizou a venda individualizada dos dias dos blocos como fazem a atuais centrais de vendas.
TRIO DO PINEL 1985 - uma jóia na Avenida
Segundo relato do designer Pedrinho Rocha, publicado em 19/08/2010: "No carnaval de 1985, o trio elétrico do Bloco Pinel robou a cena na Avenida. Apesar de ser um trio com tecnologia de ponta para a época, com caixas de som ocupando até a área de cima onde hoje é reservado só para a banda, uma inusitada pintura toda quadriculada serviu como contraponto a um monte de toneladas de som e sisudez do formato. A decoração deixou o trio mais leve e chamou a atenção de todos por incluir, pela primeira vez, a cabine do caminhão. Lembro de depois de pintarmos todo o trio, Geninho, então presidente do bloco, perguntar se era possível decorar também a cabine: antes mesmo da resposta, mandamos ver nas tintas. Era um bloco Pinel, de verdade."
LP 1985 - Disco da Banda Pinel com Durval Lelys e Ricardo Chaves
Segundo relato do designer Pedrinho Rocha, publicado em 22 de julho 2010 : "Esse disco da Banda Pinel (ainda na era do vinil – 1985) reune grandes músicos e nomes que viriam a se tornar estrelas da música baiana. As composições são de Durval Lelys. Nos vocais temos Ricardo Chaves e Durval Lelys, além de Alice Becker, Jussara Silveira e Silvinha. Nas guitarras temos Luiz Caldas, Durval e Nino Moura. Duda na guitarra baiana. Alfredo Moura nos teclados. No baixo, Cezário Leone. Os bateras são Ivan Huol e Cezinha. Na percussão, Jair Bala, Carlinhos Brow e Garfa. Pra completar, Paulinho Andrade no sax. Só feras. Na produção técnica, Bocha, Nestor Madrid, Ricardo Luedi e o próprio Durvalino,
CONTINUAÇÃO AQUI ...
O MALUCO DO BLOCO PINEL : um jeito de ser folião que acabou
Segundo relato do designer Pedrinho Rocha publicado em 13 de Janeiro 2011 : "Nos anos 80 houve um “maluquinho” que dominou a cena no carnaval baiano: o Pinel. Personagem inicialmente criado pelo cartunista Zé Vieira, tive o prazer de dar continuidade àquele trabalho a partir do ano de 1984. O Bloco do Pinel era uma confraria de verdade. Do ponto de vista social, das amizades, foram meus melhores anos no carnaval. Tive um verdadeiro aprendizado com a democracia pinelesca. Apesar de toda a loucura aparente, o bloco era um exemplo de organização para a época, e serviu de modelo pra muitos outros.
Os primeiros “Pinels” que ilustrei, todos achavam que era inspirado em Bahia (Carlos Augusto), ilustre presidente do bloco. Mas tarde, já em 1988, o maluco assume as feições do mais novo comandante da Banda Pinel: Durval Lelys – Pura redundância. Já nos anos 90, o símbolo do Pinel colocou um boné e ganhou ares de uma nova estrela da axé-music: Netinho.
Foram muitas as caras, mas uma só filosofia: sempre manter a loucura saudável e tão característica do autentico folião baiano. Quem viveu sabe do que estou falando, pena que “aquele” Pinel acabou."
Macote do Bloco Pinel - Carnaval de Salvador
|