"O axé music é um gênero musical mais tocado no Carnaval da Bahia,
mas também de uma modalidade de dança que já dominou o Brasil e de uma expressão usada para atrair positividade.
Pois é, axé é tudo isso e muito mais - não é à toa que essa palavra aparece com frequência no vocabulário baiano." (2)
O axé music é um gênero musical que surgiu na cidade de Salvador, na Bahia na década de 1980, que mistura o samba-reggae, pop-rock, ijexá, samba duro, frevo, reggae, merengue e afoxé.
Axé: cultura baiana do gênero musical à expressão iorubá. AXÉ deriva do idioma africano Iorubá, que significa "força e energia positiva"; e MUSIC está em inglês que significa "música".
Luiz César Pereira Caldas (Feira de Santana, 19 de janeiro de 1963)[1] é um cantor, compositor, multi-instrumentista e produtor musical brasileiro. é conhecido como o precursor axé, quando atingiu sucesso nacional em 1985 com a música "Fricote", além de um dos principais nomes do Carnaval de Salvador.[2][3]
Caldas foi o inventor do ritmo que misturava o pop com reggae, toques caribenhos, ijexá, frevo e samba, presentes num ritmo que ganhou o apelido de "Deboche" (o chamado "Fricote") que evoluiu para outros tantos ritmos lançados no carnaval baiano, consolidando-se no popular estilo, atualmente denominado "axé music".[4]
como o axé se popularizou?
Com o Carnaval de Salvador, as Micaretas (carnavais fora de época) e o impulso da mídia, o axé music ganhou força nacional.
Logo no início, ser "Cantor de Axé Music" ganhou a característa perojativo brega e preconceituosa. Ninguém queria ser cantor de axé!
"Para a cantora Daniela Mercury, o ritmo carro chefe de sua carreira, o axé music, é alvo de discriminação e ainda não é reconhecido no Brasil.
A cantora alega que ainda há certo preconceito contra o gênero musical, principalmente em premiações pelo País.
Para ela, infelizmente ainda existe falta de reconhecimento", assim publica o jornal O Povo em 2023. (1)
A minha sorte grande foi você cair do céu
Minha paixão verdadeira
Viver a emoção, ganhar teu coração
Pra ser feliz a vida inteira
[...]
Poeira… poeira… poeira, levantou poeira
é até difícil não cantar junto, né? Mais uma vez! Pega essa outra trilha sonora atemporal:
Não dá, não dá
Pra ficar, pra ficar
Sem te ver
Sou 100% você!
Esses clássicos que entraram para a história da música brasileira são exemplares fantásticos do axé music.
Eles são interpretados por dois dos maiores responsáveis pela popularização do gênero: a musa Ivete Sangalo e a banda Chiclete com Banana.
A mistura de tudo isso com uma pitada de forró, pop-rock e mais uma imensa diversidade de ritmos latinoamericanos
foi o que inspirou um grupo de jovens músicos que tocava no Estúdio WR.
Sob o comando de Toninho Lacerda, o baterista Cesinha, o compositor e arranjador Alfredo Moura e o vocalista Carlinhos Brown
formaram a banda Acordes Verdes, responsável por criar o movimento do axé music.
Os arranjos musicais cheios de originalidade criados por Alfredo Moura se consolidaram como a identidade do novo ritmo, que cativava os ouvintes de primeira. Poucos meses depois das primeiras gravações, os acordes dançantes já eram adotados por outros artistas e tocavam sem parar nas rádios. Astros e estrelas do axé music eram lançados ao estrelato a todo momento: Sarajane, Gerônimo, Cid Guerreiro, Timbalada, Babado Novo, Asa de águia e Banda Eva estavam entre os precursores dessa primeira geração.
Já nos anos 90, o axé music ganhou um novo impulso por causa de revelações como Netinho e Daniela Mercury. Depois de vender três milhões de exemplares do disco O Canto da Cidade, Daniela ganhou o título de "Rainha do Axé", que carrega até hoje. História linda, hein?
Axé também é dança
Se você já assistiu a algum show de axé music, certamente percebeu a presença indispensável dos dançarinos. E eles têm um lugar garantido no palco mesmo, afinal, axé é dança também!
Além de curtirem as batidas agitadas das canções, os apreciadores da primeira geração do axé music também eram atraídos pelas coreografias hipnotizantes que completavam as apresentações de bandas famosas e grandes artistas. Com passos fluidos e sincronia perfeita, a dança do axé chamava atenção pelos movimentos rápidos, pelos muitos deslocamentos laterais e pelo balançar de quadris - o famoso rebolado –.
Esse gingado era tão cativante que, em pouco tempo, todo mundo tinha vontade de aprender a dança do axé. Por isso, o ritmo passou a aparecer constantemente nas aulas de academias de ginástica e escolas de dança. Até hoje, dançar axé é uma das formas mais eficientes de mover o corpo e se divertir ao mesmo tempo. Melhor ainda se for em um show na Bahia!
Axé pra quem é de Axé: entenda o que significa a expressão ‘Axé’
"Amém pra quem é de amém, axé pra quem é de axé".
Ao escutar ou ler essa famosa frase, algumas pessoas ficam naquele estado de interrogação. Se o assunto aqui é música, qual é o significado de axé nesse caso?
é que além de se referir ao gênero do axé music, a palavra também tem um outro sentido bem especial: o termo "axé" é usado para desejar e atrair boas energias. Por isso, durante a sua estadia na Bahia, você pode se deparar com afirmações do tipo "muito axé para você!".
Seguindo essa mesma linha, o termo é empregado para caracterizar lugares ou pessoas que passam uma vibe positiva ou provocam sensações agradáveis. Daí o costume de dizer que alguém "tem axé". No mais, axé também é uma saudação comum entre devotos das religiões afro-brasileiras - como te explicaremos daqui a pouco - e uma confirmação para quando você deseja que alguma coisa mencionada na conversa realmente aconteça. Nesse sentido, é uma expressão equivalente a "que assim seja!" ou "se Deus quiser!".
Origem da palavra Axé
Mulher de branco amarrando fitas do senhor do bonfim em uma grande em frente a uma igreja
A origem da palavra axé, com todos aqueles significados lindos que mencionamos ali em cima, está ligada às raízes afro-brasileiras da nossa língua.
Isso porque ela vem do termo iorubá à??, que quer dizer "poder" ou "força". Na fé dos iorubás - conservada no Brasil por religiões como o candomblé e a umbanda –, axé é a força sagrada carregada pelos orixás e a energia vital presente em todas as criaturas da natureza. Em outras palavras, axé é o poder mágico responsável por mover tudo que existe!
Sabe o que representa tanto a Bahia de verdade quanto o Axé? Passar alguns dias curtindo a Costa do Sauípe!
Homem em pé em uma das piscinas do Costa do Sauípe
A gente até que poderia passar muito mais tempo falando sobre os vários significados desse termo tão poderoso. Mas a verdade é que axé não se explica em palavras.
Axé é sentimento, é o toque revigorante da natureza, é o arrepio de quem se deixa levar pela batida do axé music, é a ancestralidade contida em expressões como a capoeira e o amor transmitido nos deliciosos pratos da culinária baiana. Resumindo: a Bahia é puro axé! Sem dúvidas, não tem lugar melhor para descobrir pessoalmente a beleza dessa energia.
E todo esse axé você encontra no Costa do Sauípe. Aqui, sua família pode mergulhar nos vários encantos da baianidade enquanto curte as praias mais incríveis do país e aproveita todo o conforto de uma estadia all inclusive. Vem viver as férias mais cheias de axé da sua vida na Costa do Sauípe!
Se você separar um tempinho para ouvir alguns dos grandes clássicos do axé music,
vai perceber que eles têm algumas similaridades com canções de outros gêneros.
é que apesar de carregar um charme único, o axé não tenta esconder que é uma mistura de várias influências culturais diferentes
. E é justamente essa diversidade incrível de fontes que faz dele um ritmo tão cativante!
O axé surgiu durante a década de 1980, nos festejos do Carnaval de Salvador. Na época, a folia soteropolitana já era balançada por vários sons, incluindo os do frevo recifense, do samba de roda e do merengue. Na época, os blocos afro e escolas de tambores, como Olodum e Araketu, também começavam a ganhar cada vez mais espaço na cena carnavalesca, popularizando o samba-reggae, o ijexá, e outros ritmos de origem africana.
A mistura de tudo isso com uma pitada de forró, pop-rock e mais uma imensa diversidade de ritmos latinoamericanos foi o que inspirou um grupo de jovens músicos que tocava no Estúdio WR. Sob o comando de Toninho Lacerda, o baterista Cesinha, o compositor e arranjador Alfredo Moura e o vocalista Carlinhos Brown formaram a banda Acordes Verdes, responsável por criar o movimento do axé music.
Os arranjos musicais cheios de originalidade criados por Alfredo Moura se consolidaram como a identidade do novo ritmo, que cativava os ouvintes de primeira. Poucos meses depois das primeiras gravações, os acordes dançantes já eram adotados por outros artistas e tocavam sem parar nas rádios. Astros e estrelas do axé music eram lançados ao estrelato a todo momento: Sarajane, Gerônimo, Cid Guerreiro, Timbalada, Babado Novo, Asa de águia e Banda Eva estavam entre os precursores dessa primeira geração.
Já nos anos 90, o axé music ganhou um novo impulso por causa de revelações como Netinho e Daniela Mercury. Depois de vender três milhões de
exemplares do disco O Canto da Cidade, Daniela ganhou o título de "Rainha do Axé", que carrega até hoje. História linda, hein?
Como o axé se popularizou?
Axé (gênero musical) - Wikipédia, a enciclopédia livre
Com o impulso da mídia, o axé music rapidamente se espalhou por todo o país (com a realização de carnavais fora de época,
as chamadas micaretas), e fortaleceu-se como potencial mercadológico,
produzindo sucessos durante todo o ano, tendo, como alguns dos maiores nomes, Luiz Caldas, Daniela Mercury, Cheiro de Amor, ...
Gente, o axé é um ritmo musical contagiante, com letras que grudam na cabeça que nem chiclete e coreografias que mexem o corpo todo! E como outros ritmos, ele é cheio de histórias e fatos, sabia? Até o nome dele tem um significado especial! Vem comigo conferir 6 curiosidades sobre o axé!
Tudo começou com Luiz Caldas
1992 foi considerada rainha do axé
Olha, a primeira música de axé chegou na década de 1980 e falava sobre uma mulher que não gostava de pentear o próprio cabelo.
Com ela, vieram mais canções com letras divertidas e coreografias engraçadas, sabe?
Axé é uma saudação religiosa
Agora, a palavra axé vem do candomblé e da umbanda e significa energia positiva. Quando as pessoas desejam axé pras outras, esse é um jeitinho de mandar boas vibrações pro dia e pra vida! Legal!
Axé pelo Brasil
O axé se espalhou pelo Brasil durante a década de 1990 e passou a tocar em festas durante o ano todo! A cantora Daniela Mercury foi uma das primeiras a tocar nas rádios com a música O Canto da Cidade, e depois, a Banda Eva, que lançou a Ivete Sangalo, que também se tornou muito conhecida. Dá vontade de dançar só de lembrar, né?!
Auge das coreografias
Aí, em 1993, surgiu o grupo é o Tchan!, que tocava músicas de axé com letras engraçadas e coreografias que até hoje são lembradas em festas de formatura, casamentos ou mesmo durante o Carnaval. Carla Perez, Débora Brasil, Sheila Carvalho e Sheila Mello, além do cantor Jacaré, foram alguns dos nomes mais famosos da época!
O trio elétrico veio antes
Agora, quando se pensa em axé, logo vem a imagem do trio elétrico na cabeça, né? Mas esse palco com rodas nasceu bem antes do ritmo musical, lá pelos anos 1950. Tudo começou com os artistas Dodô e Osmar, que tocavam guitarra elétrica em cima de um carro velho e chamavam foliões que iam atrás!
Quem representa o axé
Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Asa de águia, Carlinhos Brown, Claudia Leitte, Chiclete com Banana e outros representam o axé de ontem e de hoje. Mas todo ano novos artistas surgem na Bahia com letras fáceis de decorar e ritmos que contagiam! Adorei!
Quer continuar ouvindo suas músicas pela caixa de som, mas não sabe como cuidar direitinho dela? Clica aqui pra ver as melhores dicas!
Axé music completa 30 anos de sucesso
Gênero saiu da Bahia e ganhou o país, com nomes como Daniela Mercury e Ivete Sangalo
AI
Adriana Izel
postado em 31/01/2015 08:02
Luiz Caldas é um dos precursores da axé-music
Pode parecer irônico, mas o surgimento do termo que denomina o movimento partiu de um fã de rock. Atribui-se ao jornalista baiano Hagamenon Brito a criação da expressão ;axé music;. ;Ela surgiu em 1987, dois anos depois do marco zero do axé. Teve como base a geração de roqueiros, e eu me incluía, que chamava as coisas bregas de axé. O que seria cafona para aquela geração? Aquelas roupas hippies, o cabelo grande demais, o brinco enorme de pena e os pés descalços;, explica Hagamenon, em referência, principalmente, à imagem do cantor Luiz Caldas.
O termo pegou, a axé music extrapolou os limites da Bahia, parou o Brasil nos anos 1990 e completa três décadas de vida em 2015. No começo, os artistas da cena não gostavam da expressão, por conta da conotação pejorativa. Demorou cerca de cinco anos para o apelido se popularizar.
;Eles diziam que aquela música tinha o poder de fazer sucesso internacional. Então, peguei o termo ;axé; e juntei com o sufixo em inglês. A ideia era ironizar essa pretensão. Para a felicidade geral da nação baiana, paguei a língua;, diz Hagamenon, ao relembrar o sucesso fora do país de nomes como Daniela Mercury, Ivete Sangalo e Carlinhos Brown.
[SAIBAMAIS]A riqueza cultural da Bahia, de onde saíram artistas como Dorival Caymmi, João Gilberto, Caetano Veloso e Gilberto Gil, deu origem a movimentos musicais de extrema importância no século 20. O surgimento da axé music em meados dos anos 1980 veio confirmar a vocação do estado para a criação musical ; sobretudo para atrair as massas.
Leia entrevista com Luiz Caldas
Você tem sido chamado por alguns veículos de ;criador da axé music;. Concorda com isso?
Sim. E o surgimento da canção Fricote foi assim: eu estava desligado do Trio Tapajós, trabalhava na WR e realizava shows com a minha Banda Acordes Verdes, dando vida à carreira solo. Eu ainda mantinha amizade com os integrantes do Tapajós e foi até Simões Filho assistir aos colegas. Na praça principal da cidade, num barzinho, encontrei com Paulinho de Camafeu, cantor e compositor ligado ao afoxé Filhos de Ghandi. Entre uma conversa e outra, em meio à movimentação, batucando numa mesa de improviso e tomando cerveja captei um diálogo popular, tipo gozação, entre um rapaz e uma garota, o chamou a atenção. O papo era algo assim: ;Pega ela aí pra passar batom! Pega ela aí pra passar batom!". Daí, do simples e popular, nasceu Fricote (Nega do cabelo duro...), que foi o carro-chefe do meu disco Magia, que estava sendo concebido na gravadora WR. Depois da alquimia sonora de Fricote veio a dança das pessoas que brincavam ao lado dos trios independentes, num movimento espontâneo dos braçços, das pernas e da cintura. Em 1984, antes do lan&cceãããdil;çamento do áálbumçç Magia, que aconteceu no segundo semestre de 1985, nos shoàws com a bandaá Acordes Verdes, a canção era pedida pelo público. Numa apresentação no Teatro Castro Alves, no show Verso e Reverso, Fricote foi gravada ao vivo e passou a ser executada em algumas rádios de Salvador, como a Itapuã, vindo a ser bem tocada por causa dos muitos pedidos dos ouvintes. Quando o disco Magia chegou às lojas, em 1985, o sucesso de Fricote alavancou as vendagens, superando a marca de 100 mil cópias.
O disco ;Magia;, lançado por você há 30 anos, é considerado o marco inicial da axé music. O que você acha que trouxe de diferente neste trabalho a ponto de ter criado um novo estilo musical?
Uma sonoridade diferenciada, única, por conta da fusão, na medida certa, de vários gêneros musicais. O resultado final então é o novo e não mais os gêneros usados.
Quais foram os estilos musicais que deram origem à axé music? Saberia dizer como esse estilos convergiram até se transformarem no que conhecemos hoje?
A convergência aconteceu porque não houve preconceito musical de minha parte. Vale lembrar que eu toquei desde os sete anos em bandas de baile, onde aprendi a tocar dezenas de instrumentos e compreendi cada estilo de música. Na minha alquimia sonora, na dose certa, é possível combinar salsa, country, lambada, samba, rock, ijexá, dentre outros estilos.
Como pioneiro deste movimento, como você percebe o grande mercado que se construiu ao redor da axé music? Você se sente integrado a ele?
Claro que me sinto integrado e, confesso, vivo o melhor momento da carreira com o lançamento de discos mensais em vários estilos e que podem ser baixados gratuitamente no meu site www.luizcaldas.com.br Já são mais de sete milhões de downloads. Lá no site você verá que estou integrado por conta da música, pois fiz discos de axé, de bossa nova, de rock, de forró, de samba, de pop, de reggae, em letra tupi, de canção rural, de chorinho, dentre outros estilos. Chegarei ao final de 2015 com 490 canções inéditas gravadas. Sobre o mercado, vejo que ele está se moldando às novas tecnologias e às exigências do público.
Como você avalia a transformação do axé ao longo dos anos? é possível notar diferenças entre o que você fazia e a sonoridade dos artistas que vieram depois? Quais são elas?
A transformação é contínua, como é a própria vida. Claro que a sonoridade mudou, porque artistas e compositores têm a dose de sua mistura. Uns vão mais para o lado do samba-reggae, outros para o lado do pop, outros aderem às canções românticas. é a democracia musical em pleno exercício.
Como você pretende celebrar a passagem dos 30 anos do disco ;Magia;?
Estou abrindo o Carnaval de Salvador na quinta-feira (dia 12), quando o Rei Momo receberá as chaves da cidade. Vou fazer um passeio por minha carreira e tocar as novas canções que estão disponibilizadas no meu site. Também prestarei homenagem a Raul Seixas, que completaria 70 anos. A ordem é manter a alegria de sempre e sem nenhum preconceito musical. Sexta-feira, (dia 13), vou no camarote Expresso 222 para cantar como convidado de Gilberto Gil e Preta Gil, no sábado, (dia14), vou sair com meu trio independe, no domingo, (dia15), vou para o Carnaval de Fortaleza, na segunda, (dia 16). descanso e finalmente terça ; feira (dia 17) saio com meu trio independente no encerramento do carnaval de Salvador.
Adriana Izel
postado em 31/01/2015 08:02
Axé music completa 30 anos de sucesso
cORREIO bRAZILIENSE
O Axé, ou Axé Music, é um gênero musical que surgiu no estado da Bahia na década de 1980 durante as manifestações populares do Carnaval de Salvador, misturando o Samba-Reggae, Frevo, Reggae, Merengue, Forró, Ritmos do Candomblé, Pop Rock, bem como outros ritmos afro-brasileiros e afro-latinos.
A palavra "axé" é uma saudação que significa energia positiva!
Muito famosa e bastante reconhecida pelos quiosques em Porto Seguro na Bahia e cantado por diversas figuras famosas como Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Banda Eva, Chiclete com Banana e muitos outros, o Axé faz você dançar com muito entusiasmo e alegria que a própria música traz, além de se divertir com as letras e coreografias!
Diretor do documentário "Axé — Canto do povo de um lugar" (2017), Chico Kertész passou dois anos entrevistando os protagonistas dessa cena para tentar resumi-la em pouco menos de duas horas. Para falar sobre ela em poucas palavras, pega emprestado o pensamento de um dos filhos de Dona Canô. "Como bem definiu Caetano (Veloso) , o axé é um conjunto de coisas que puderam ficar sob o mesmo teto, mas não é um ritmo. São vários toques e claves", comenta.
"O axé não é um ritmo. é um vírus", define Carlinhos Brown, fundador da Timbalada. Segundo ele, a sonoridade nascida em Salvador incide, desde o seu surgimento, sobre outros gêneros, como acontece hoje com o funk e o sertanejo. "Somos sofisticados demais. Tem todo um trabalho feito pela liderança percussiva minha e de Neguinho do Samba", diz, citando também nomes como Tony Mola e Geronimo Santana.
A roupagem, digamos, mais pop veio com Daniela Mercury e suas luvas coloridas em "O canto da cidade", disco que parou — literalmente — o Brasil, logo no início da década de 1990. Um show da artista no vão do Masp, na Avenida Paulista, em 1992, precisou ser interrompido com menos de meia hora de apresentação, após um público de 20 mil pessoas dar um nó no trânsito de São Paulo. Detalhe: aquele era um palco voltado a iniciantes. "As manchetes nem falavam meu nome. Diziam: ‘Uma baiana para São Paulo’", relembra a cantora, que acaba de lançar "Perfume", seu 20º álbum solo, cheio de reverências aos 35 anos do axé.
Fortemente influenciada pelos blocos afro de Salvador, Daniela destaca a complexidade das composições que esses artistas colocaram nas paradas. "Era uma nova linguagem poética e política, em que os compositores encontraram uma forma de falar de si com exaltação, além das mazelas e das condições enfrentadas numa sociedade que exclui todos aqueles que não estão no centro do poder", comenta, enquanto cantarola versos como "O negro não desiste, ele só persiste em sobreviver", de "Crença e fé", gravada pela Bamdamel e por ela. "Esse movimento de samba-reggae e samba afro fez com que as rádios voltassem a tocar música brasileira, assim como permitiu que excluídos pudessem transitar em ambientes aos quais não tinham acesso."
"O canto da cidade", de Daniela Mercury, estourou nas paradas Foto: Divulgação
Junto a Daniela, muitas mulheres assumiram posições de protagonismo dentro dessa história, que costuma reservar espaço cativo às suas divas. Márcia Freire, Carla Visi, Ivete Sangalo, Claudia Leitte e Magareth Menezes, que estourou no início dos anos 2000 com "Dandalunda", dada de presente por Carlinhos Brown, são algumas. Assim como a colega das luvas coloridas, Margareth mergulhava nos blocos afro. "Nas periferias, já existia um movimento muito grande com nomes como Ilê Aiyê e Filhos de Gandhy, de onde os próprios compositores mandavam suas canções para serem gravadas por quem fazia sucesso nos blocos de trio. Afinal, eles não tinham esse poder financeiro de colocar suas músicas para tocar na rádio. O sucesso vinha pela força popular", recorda-se a cantora, que também tem a sua versão para a clássica "Faraó", de Luciano Gomes.
Nos mesmos anos 1990, o pagode baiano, trazido por grupos como é o Tchan! e Companhia do Pagode,
também virou uma verdadeira coqueluche na TV aberta brasileira.
Com letras de duplo sentido e a presença obrigatória de bailarinas em trajes mínimos — Carla Perez e as Sheilas foram as mais célebres —, esses grupos chegaram a ser relegados dentro da própria cena do axé, em que alguns expoentes reivindicavam uma separação entre os estilos musicais. "Mas eles traziam referências do samba de roda, que era um movimento verdadeiro que acontecia na nossa cidade", defende Chico Kertész.
Margareth Menezes mergulha nos blocos afro Foto: Divulgação
Margareth Menezes mergulha nos blocos afro Foto: Divulgação
Uma história tão intensa jamais poderia se desmanchar "feito bola de sabão". Ivete, Daniela e Claudia ainda lotam estádios e nomes mais novos, como Léo Santana, não ficam de fora dos hits do verão. No Rio, blocos como o Agytoê também dão a sua contribuição. "Quando começamos a tocar um repertório composto por muito axé e samba-reggae, em 2014, foi uma ‘novidade’. Tanto que tivemos um nascimento explosivo que não esperávamos", conta Tyaro, um dos integrantes do grupo carioca, ao passo que o colega Pedro Amparo complementa: "A música baiana exala ancestralidade e magia. Qualquer pessoa que a ouve percebe e sente a influência da negritude e dos terreiros. Ela tem a verdade de um Brasil que foi criado com muita luta, tradição e axé".
Tirar os pés do chão não faz mal a ninguém.
Tamanha diversidade, diga-se de passagem, é notada desde as mais remotas bases do gênero. Até Luiz Caldas (ele preferiu não comentar o assunto nessa reportagem) virar febre nacional, os caminhos já estavam abertos por nomes como Dodô e Osmar, que criaram, décadas antes, o trio elétrico para abrigar a guitarra baiana à qual seriam adicionados, nos anos 70, os vocais de Moraes Moreira e Baby do Brasil. No mesmo caldeirão cultural, blocos afro como Ilê Aiyê e Olodum engrossavam esse caldo.
lUIZ cALDAS
O cantor, compositor, multi-instrumentista e produtor musical baiano é considerado o pai ou precursor do gênero musical que criou um novo movimento no circuito baiano na década de 1980: o Axé Music. Luiz Caldas é considerado o pai ou percursor do Axé Music |
No fim dos anos 70, o artista passou a ganhar espaço no cenário musical de Salvador e se tornou
o inventor de um ritmo que mistura o pop com o reggae, toques caribenhos, ijexá, frevo e samba, e
que ganhou o apelido de Deboche (ou também chamado Fricote, por conta do nome de uma música de muito sucesso que Caldas lançou nessa época).
Luiz César Pereira Caldas (Feira de Santana, 19 de janeiro de 1963)[1] é um cantor,
compositor, multi-instrumentista e produtor musical brasileiro. é conhecido como o precursor axé,
quando atingiu sucesso nacional em 1985 com a música "Fricote", além de um dos principais nomes do Carnaval de Salvador.[2][3]
Axé também é dança
Se você já assistiu a algum show de axé music, certamente percebeu a presença indispensável dos dançarinos. E eles têm um lugar garantido no palco mesmo, afinal, axé é dança também!
Além de curtirem as batidas agitadas das canções, os apreciadores da primeira geração do axé music também eram atraídos pelas coreografias hipnotizantes que completavam as apresentações de bandas famosas e grandes artistas. Com passos fluidos e sincronia perfeita, a dança do axé chamava atenção pelos movimentos rápidos, pelos muitos deslocamentos laterais e pelo balançar de quadris - o famoso rebolado –.
Esse gingado era tão cativante que, em pouco tempo, todo mundo tinha vontade de aprender a dança do axé. Por isso, o ritmo passou a aparecer constantemente nas aulas de academias de ginástica e escolas de dança. Até hoje, dançar axé é uma das formas mais eficientes de mover o corpo e se divertir ao mesmo tempo. Melhor ainda se for em um show na Bahia!
Axé pra quem é de Axé: entenda o que significa a expressão ‘Axé’
"Amém pra quem é de amém, axé pra quem é de axé".
Ao escutar ou ler essa famosa frase, algumas pessoas ficam naquele estado de interrogação. Se o assunto aqui é música, qual é o significado de axé nesse caso?
é que além de se referir ao gênero do axé music, a palavra também tem um outro sentido bem especial: o termo "axé" é usado para desejar e atrair boas energias. Por isso, durante a sua estadia na Bahia, você pode se deparar com afirmações do tipo "muito axé para você!".
Seguindo essa mesma linha, o termo é empregado para caracterizar lugares ou pessoas que passam uma vibe positiva ou provocam sensações agradáveis. Daí o costume de dizer que alguém "tem axé". No mais, axé também é uma saudação comum entre devotos das religiões afro-brasileiras - como te explicaremos daqui a pouco - e uma confirmação para quando você deseja que alguma coisa mencionada na conversa realmente aconteça. Nesse sentido, é uma expressão equivalente a "que assim seja!" ou "se Deus quiser!".
Origem da palavra Axé
origem da palavra axé, com todos aqueles significados lindos que mencionamos ali em cima, está ligada às raízes afro-brasileiras da nossa língua.
Isso porque ela vem do termo iorubá à??, que quer dizer "poder" ou "força". Na fé dos iorubás - conservada no Brasil por religiões como o candomblé e a umbanda –, axé é a força sagrada carregada pelos orixás e a energia vital presente em todas as criaturas da natureza. Em outras palavras, axé é o poder mágico responsável por mover tudo que existe!
Conheça o Axé Music: gênero musical que traz alegria
Axé também é dança
Se você já assistiu a algum show de axé music, certamente percebeu a presença indispensável dos dançarinos. E eles têm um lugar garantido no palco mesmo, afinal, axé é dança também!
Além de curtirem as batidas agitadas das canções, os apreciadores da primeira geração do axé music também eram atraídos pelas coreografias hipnotizantes que completavam as apresentações de bandas famosas e grandes artistas. Com passos fluidos e sincronia perfeita, a dança do axé chamava atenção pelos movimentos rápidos, pelos muitos deslocamentos laterais e pelo balançar de quadris - o famoso rebolado –.
Esse gingado era tão cativante que, em pouco tempo, todo mundo tinha vontade de aprender a dança do axé. Por isso, o ritmo passou a aparecer constantemente nas aulas de academias de ginástica e escolas de dança. Até hoje, dançar axé é uma das formas mais eficientes de mover o corpo e se divertir ao mesmo tempo. Melhor ainda se for em um show na Bahia!
Eu falei faraó
ê, faraó-ó-ó…
Quem nunca ouviu esse hit icônico cantado pela maior lenda do axé, Margareth Menezes?
Também interpretada pelo grupo de tambores Olodum, a música Faraó, Divindade do Egito está gravada para sempre na memória afetiva de muitos
brasileiros. E essa é apenas uma das muitas canções que fazem parte do rico repertório do axé music, um ritmo autenticamente baiano conhecido pela cadência animada e super alto astral.
Independentemente de como é o seu gosto musical, você com certeza conhece vários grandes sucessos do axé music. Duvida? Então vamos fazer um teste: veja se você se recorda da letra abaixo!
A minha sorte grande foi você cair do céu
Minha paixão verdadeira
Viver a emoção, ganhar teu coração
Pra ser feliz a vida inteira
Poeira… poeira… poeira, levantou poeira
é até difícil não cantar junto, né? Mais uma vez! Pega essa outra trilha sonora atemporal:
Não dá, não dá
Pra ficar, pra ficar
Sem te ver
Sou 100% você!
Esses clássicos que entraram para a história da música brasileira são exemplares fantásticos do axé music. Eles são interpretados por dois dos maiores responsáveis pela popularização do gênero: a musa Ivete Sangalo e a banda Chiclete com Banana.
https://www.costadosauipe.com.br/blog/
ax-cultura-baiana-do-gnero-musical-expresso-iorub#:
~:text=O%20ax%C3%A9%20surgiu%20durante%20a
,de%20roda%20e%20do%20merengue.
Axé: cultura baiana do gênero musical à expressão iorubá
Costa do Sauípe
Equipe Costa do Sauípe
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Data
8 de janeiro de 2024
Há 4 meses
O que é axé music ?
Tudo comecou a muito tempo atrás com a influência de Dodô & Osmar e seu "frevo eletrizado" (cultuadores do frevo baiano). A engenhoca musical foi aos poucos se sofisticando e em 1969, Caetano compôs a canção "Atrás do trio elétrico" que popularizou o frevo baiano. à partir da decada de 70 o estilo vai se fortalecer com a formação dos "Novos Baianos" que se vincularam ao universo musical eletrizado misturado ao tropicalismo. Em meados de 80 Sarajane e Luiz Caldas leva o frevo "debochado" às ruas no Bloco Barão e 5 anos depois, divulgaram nacionalmente o ritmo denominado deboche e/ou fricote (embriões da axe music). AxE music eh o resultado dessa musicalidade mestiça do frevo baiano ao samba-reggae.
BIBLIOGRAFIA
Pesquisadora Lilian Cristina Marcon
(1) JORNAL O POVO, Vida & Arte, por Victor Marinho, 05/06/2023
(2) COSTA DO SAUÍPE - costadosauipe.com.br