A impressão geral que se tem é a de que o pensamento marxista sempre colocou a questão racial em segundo plano, e é verdade. Só nos anos recentes é que intelectuais da Europa, Estado Unidos ,Brasil , América Latina, marxistas mais ou assumidos, passam a trabalhar diretamente a questão racial.
O Brasil é um país de dimensões continentais, foi o na América Latina o pais que mais utilizou o sistema de comercio de escravos e recebeu 38% de negros do total comercializado na América ( foi um dos últimos a realizar o processo de abolição), isto pressupõe que a população negra no pais colonial era imensa.
Após o processo da abolição a medida político-administrativa que o governo tomou foi o processo de imigração de europeus para embranquecer o pais, pensavam que se deixassem os negros a própria sorte seriam exterminados por doenças , como era dito na época ao negro bastava possuir um pau, pão e pano, ditado popular que assim descrevia a vida do negro liberto.
Desta forma os negros foram constituindo na época o primeiro grupo de excluídos do Brasil. Mas os negros acharam outra forma de sobreviver , serviços manuais, o trabalho doméstico, e bem mas tarde com o surgimento da ferrovia no Brasil o trabalho braçal melhor remunerado, assentador de trilhos assegurou uma sobrevivência a esta população que começou a instituir família perto dos leitos das ferrovias. Mas sempre lutando com adversidade. A relação da distribuição de bens , benéficos nunca atingiu esta população.
Texto do Livro Escravidão e Racismo
