cantinho da folia



BISNAGAS CARNAVALESCAS

As Bisnagas carnavalescas, popularmente chamadas como Xiringas, Siringas ou Seringas, eram usadas durante a brincadeira no Carnaval brasileiro, onde espiravam água uns nos outros. Colocava-se dentro água comum ou perfumada (misturava-se água e perfume para render).

No Carnaval do Rio de Janeiro de 1878, onde os jornais e revistas aclamavam a boa-vinda:

"Foi outrora bastantes influente para modificar ministérios e há de ser finalmente vencido pela bisnaga, que é uma nova edição do limão-de-cheiro."(2)

"É que a bisnaga conserva-se popular, em quanto o princez supôe-se aristocrata desde que se alista em alguma sociedade. As bisnagas plástica eram enchidas com água ou perfume."(2)




"[...] o Carnaval vem erguer a máscara. Debaixo da máscara desaparecem os políticos e perante a bisnaga, todos são iguais. " (2)

"[...] O Carnaval teve seus dias de Triumpho entre nós, pares entretanto, destinado a cerder o passo ao velho ENTRUDO. Foi outrora bastante influente para modificar e há se ser finalmente vencido pela BISNAGA, que é uma nova edição do limão-de-cheiro.(1)

É que a bisnaga conserva-se popular, em quanto o princez suppõe aristocrata desede que se alista em alguma sociedade.


O carnaval envelhece e o entrudo resnasce.
O carnaval esteve até triste; o entrudo é alegre [...]" (1)


"Alegoria Carnavalesca dos Carnavais Flumineses
Tão cheios de muito espírito (de vinho), também se apanham tantas molharelas..." (6)


folia à parte

No Carnaval do Rio de Janeiro (RJ - Brasil) de 1818, assim anunciava a capa periódico Illustrada (1) : "Nada vimos senão seringas e bisnagas de toda qualidade e sexo... Quanto ao espírito... coitado!"


seringas d´água

Nem a repressão ao ENTRUDO conseguiu segurar as seringas d´água no Carnaval do Rio de Janeiro (RJ - Brasil) de 1883, que virou capa periódico Illustrada (3) e assim anunciava : "Sr.Ex.o Chefe de Polícia, compreendo que seu famoso edital proibindo o Entrudo foi considerado uma simples cartola e tratado com todo desrespeito e devida desconsideração."



mania de seringá-la para o flerte

O Entrudo que estava perdendo populariedade no carnaval, ganha força com o surgimento das bisnagas/seringas na brincadeira. E os jornais da época anuciaram "Volta do Entrudo", que ele estava ganhando notoriedade entre os folióes novamente.


E a mania de seringar e fletar persiste no Carnaval, observem que mesmo 23 anos depois da publicação acima, os periódicos publicam a existência da mania na folia.



Debret retrata as binasgas

"[...] Jean-Baptiste Debret, que o eternizou em desenhos, registrando até a bisnaga, apetrecho indispensável na brincadeira, se assim se podia chamar. A brutalidade do Entrudo não conhecia limites [...]" (4) - CONTINUAÇÃO AQUI


bisnagas de entrudo eram alugadas

Em 1886 as binasgas de entrudo poderiam ser alugadas em grandes lojas de magazines conforme notícia do Jornal Libertador da cidade de Fortaleza, no Ceará em 04 de fevereiro.



bisnagas nas crônicas dos periódicos


o que é entrudo
CONTINUAÇÃO AQUI



as binasgas viraram revólveres

Com o passar dos anos o Entrudo foi abolido e os carnavais se modificando. Atualmente, no Brasil temos cinco grandes carnavais: Rio de Janeiro (Marquês da Sapucaí), Salvador (Circuitos), Sáo Paulo (Sambódromo no Anhembi) e Ouro Preto (Ruas e Becos do Centro Histórico) e na maioria das cidades brasileiras, principalmente no interior, o forte são os BAILES CARNAVALESCOS . Os bailes carnavalescos acontecem em saláo e s&aatilde;o animados com bandas que tocam antigas marchinhas e novos sucessos brasileiros. Os foliões se divertem na folia momesca fantasiados e maioria dos bailes, é liberado fazer guerra de bisnagas com água e revolveres, que é a nova versão da antiga brincadeira.



o entrudo morre para dar espaço ao carnaval de rua


nas páginas da história
E têm-têm muito mais trajetória histórica carnavalesca, desfrute das pinceladas do ENTRUDO, passeando entre os CHARIVARIS e os CARETOS jogando água com BISNAGAS (Avó do LANÇA-PERFUME) ou atirando LIMÕES PERFUMADOS. Pulando na história para o ZÉ PEREIRAS acompanhado pelos GIGANTONES, dos CABEÇUDOS, dos BONECOS GIGANTES DE OLINDA, e dos BONECOS DE MÃO, entre BATALHAS DE CONFETTI, grandes em grandes BAILES regados a CONFETES e SERPENTINAS.



BIBLIOGRAFIA
(1) Periódico Illustrada, ano 3, nr 104, 09 de março 1878
(2) Periódico Illustrada, ano 3, nr 103, 03 de março 1878
(3) Periódico Illustrada, ano 8, nr 332, 03 de fevereiro 1833
(4) Carnaval: dos ticumbís, cucumbís, entrudo e sociedade carnavalescas aos dias atuais, pg56
(5) Periódico Illustrada, ano 3, nr 104, 09 de março 1878
(6) Periódico Illustrada, nr 171, fevereiro 1959
- AGOSTINI, Angelo - As Aventuras de Nhô-Quim & Zé Caipora, pag. 67 - Editora Senado Federal>
- Biblioteca Nacional, BN Digital
- Bisnagas 2016, Foto Bloco As Muquiranas, Carnaval de Salvador
- Libertador, Fortaleza, 04 de fevereiro de 1886
- Periódico Illustrada - edição fevereiro 1881
- Periódico Mequetrefe - ed-61 1876
- Periódico Mequetrefe - ano 8, nr265, 08 de fevereiro 1882
- Periódico O Mosquito - edição fevereiro 1877
- Periódico O Malho - RJ 21 de fevereiro 1903, nr23, pg6, ano-2
- Periódico Para-Todos - fevereiro 1929, nr531, pg16




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