cantinho da folia



charivari

A festa chegou a Portugal nos séculos XV e XVI, recebendo o nome de ENTRUDO, que significava introdução à Quaresma, através de uma brincadeira agressiva (o mundo pelo avesso). Em Portugal, na capital, a brincadeira eram "pegadinhas", como untar as maçanetas com óleos fedidos, untavam as escadas para escorregarem, serviam sopas apimentadas, etc. Já no interior do país a folia tinha o costume de CHARIVARI (ou shivaree ou chivaree) faziam uma serenatas de forma brincalhona e discordante, frequentemente com batendo as panelas entre si formando música ruidosa e áspera.



FÊTE DES INNOCENTS (Festa dos Inocentes) ou FÊTE DES FOUS (Festa dos Tolos) foi organizado pelo Clero Europeu e no norte da França no século XII.

Os universitários e os funcionários da área jurídica aderiram a festa e saiam em bandos na festa que durou até o século XVII. A festa virou tradição e foi considerada um charivari, ou seja, uma festa rude, tumultuada, barulhenta e dissonante, que veio a ser condenada pela Igreja.

O LE ROMAN DE FAUVEL, Romance de Fauvel é um poema satírico francês escrito no início do século XIV, de autoria incerta, que descreve no contexto, a tradição do CHARIVARI. Atualmente o poema &aagrave uma referência mundial da história carnavalesca.

O alto e baixo clero se misturavam aos homens e mulheres comuns, todos iguais desprovidos de títulos nobres.

A vida religiosa era alterada para vida pagã, o SAGRADO dava lugar ao PROFANO.


A Gravura é Fête des Fous, Charivari , Livro "Le Roman de Fauvel", ilustração medieval



por outro lado ...
Segundo Felipe Ferreira (1) : "Muitos dos deboches feitos pelos aldeões portugueses durante o Carnaval lembram uma certa bruncadeira relatada já no século XVII, que costumava acontecer no final da Quaresma e se chamava SERRAÇÃO DA VELHA, uma antiga festa ibérica cuja origem no Brasil "está presa à influência francesa no Brasil, através de Portugal, no século XVIII" (3).


" Na península ibérica, a Quaresma era simbolizada por uma velha senhora feia, magra e comprida como um tempo de abstinência. A analogia com o período magro se estendia até a anatomia da velha, representada por um boneco de sete pés, da mesma forma que a Quaresma conta sete semanas. A cada semana, um pé era arrancado do boneco e, na metade das sete semanas, o próprio boneco era serrado pela metade" (4).


A cerimônia caricata de serrar a velha realizava-se durante a Quaresma. Os dias, variavam, vindo até o sábado de Aleluia: Um grupo de foliõos serrava uma tábua, aos gritos estridentes e prantos intermináveis, fingindo serrar uma velha que, representada, ou não por algum dos vadios da banda, lamentava-se num berreiro ensurdecedor: Serra a velha! Serra a velha! E a velha gritando, gritando..."(2).


nas páginas da história
E têm-têm muito mais trajetória histórica carnavalesca, desfrute das pinceladas do ENTRUDO, passeando entre os CHARIVARIS e os CARETOS jogando água com BISNAGAS (Avó do lança-perfume) ou atirando LIMÕES PERFUMADOS. Pulando na história para o ZÉ PEREIRAS acompanhado pelos GIGANTONES, dos CABEÇUDOS, dos BONECOS GIGANTES DE OLINDA, e dos BONECOS DE MÃO, entre BATALHAS DE CONFETTI, grandes em grandes BAILES regados a CONFETES e SERPENTINAS.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
- Pesquisadora Lilian Cristina Marcon
(1) FERREIRA, Felipe - O Livro de Ouro do Carnaval Brasileiro, Edição Ediouro 2004
(2) PRIORE, Mary del Priore - SEE+
(3) SEBE, José Carlos - livro Carnaval, carnavais. São Paulo, Editora Atica, 1986, pg85
(4) BAROJA, Julio Caro - livro Le carnaval. Paris - Gallimard.cf. Baroja, 1979, pg132-141


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