TROCA CARNAVALESCA - Origem e Historia - O que e? Como e? Como surgiu? Carnaval do Brasil ...::: CarnAxE


Troças Carnavalescas

Troça Carnavalesca são grupos de menor porte (pequenas agremiações), que desfilam nas ruas das cidades durante o Carnaval tocando marchinhas, percurssão e frevo. É uma tradição muito comum nos Carnavais do Norte e Nordeste brasileiro, principalmente em Olinda e Recife.

Vale ressaltar que uma TROÇA CARNAVALESCA MISTA significa quando homens e mulheres participam juntos do desfile, diferentemente do termo TROÇAS CARNAVALESCAS, que não permitem mulheres no cordão, devido a tradição de outrora - onde tinham papéis mais rígidos para homens e mulheres.


Carnaval 1940 em Olinda, no Pernambuco - Troça Donzelinhos dos Milages
Crédito: Olinda de Antigamente

origem e história das troças

Em um tempo em que havia muitos grupos carnavalescos improvisados, surgem as primeiras troças carnavalescas no final do século XIX e no começo do século XX, na cidade de Olinda, no Pernambuco. Enquanto no Rio de Janeiro, a folia momesca se resumia a CORSOS, BAILES, ESCOLAS DE SAMBA e Blocos de Rua.

Tocando frevo e marchinhas com instrumentos de sopro e percussivos, as troças carnavalescas resistem até hoje, principalmente em Olinda, no Pernambuco.


Carnaval 1970 em Olinda, no Pernambuco - Troça Carnavalesca Mista Hiper Porca
Crédito: Olinda de Antigamente


qual a diferença entre troça, cordão e blocos

Quando o Carnaval se aproxima aparecem termos com frequência, que ainda geram dúvidas, por exemplo: -Qual a diferença entre troças carnavalescas e blocos ou cordões de Carnaval? Apesar de ambos fazerem parte do universo carnavalesco, eles representam experiências bem diferentes. No fim das contas, todos fazem parte do mesmo espírito: celebrar a cultura brasileira com criatividade, diversidade e alegria.

TROÇAS CARNAVALESCAS
A troca carnavalesca tem uma proposta mais alternativa, informal e sustentável. Em vez de sair desfilando, é um evento - geralmente organizado por coletivos culturais ou espaços independentes - onde as pessoas se reúnem para trocar fantasias, acessórios e adereços. é um encontro colaborativo, onde a criatividade ganha espaço e o consumo desenfreado dá lugar ao reaproveitamento. Além de ser uma forma consciente de se preparar para a festa, a troca também promove encontros, conversas e conexões fora do ritmo acelerado dos blocos. São pequenas agremiações que se parecem com os clubes de frevo, tendo o improviso, a descontração e a irreverência como marcas.

CORDÃO
A principal diferença é que cordão era um termo antigo para um grupo carnavalesco organizado: Foliões enfileirados, geralmente com fantasias semelhantes. Os cordões eram acompanhados por bumbos e outros instrumentos de percussão. Popular no Rio de Janeiro e Salvador, entraram em decadência por volta da década de 60, sendo substituídos por escolas de samba e blocos carnavalescos.

BLOCOS
Já o bloco de Carnaval é o coração da festa popular. é aquele grupo organizado que reúne músicos, foliões e muita energia para desfilar pelas ruas, tocando marchinhas, axé, samba ou o ritmo que embala o momento. Alguns blocos têm temas, outros surgem de causas políticas, movimentos culturais ou até brincadeiras entre amigos. Com fantasias criativas, instrumentos ao vivo e um mar de gente dançando, o bloco é, acima de tudo, uma celebração coletiva da alegria.

Enquanto os blocos são a festa em si, com batuques, multidões e movimento, as trocas carnavalescas são o esquenta criativo, onde se monta o visual, se encontra a galera e se pensa o Carnaval de um jeito mais coletivo e sustentável. Os blocos são maiores e mais estruturados, desfilando em percursos fixos. Usam fantasias ou abadás personalizados com uma tema, que varia a cada ano.
Podem ser de vários ritmos: samba, axé music, frevo, sertanejo, funk, forró, dentre outros. Os blocos atualmente desfilam com trio elétrico e trio carro de apoio (com banheiros e bebida).


troças carnavalescas de Olinda

Em 1910 desfilava pela primeira vez a Troça Carnavalesca BONEQUINHO, dissidentes da Praia dos Milagres e Praia dos Quatro Coqueiros, mas não sobreviveu ao tempo, desfilando até 1944. No mesmo ano "composta por jovens moradores da Cidade Alta, surgiu a Troça Carnavalesca Mista Papudinho, que saía da Rua do Bonfim e só participou de dois carnavais, encerrando suas atividades em 1911. Alguns dos seus integrantes fundaram, posteriormente, o Clube Vassourinhas de Olinda." (2).

Em 1911 desfilou pela primeira vez a BENGALINHA, troça carnavalesca dedicada ao público infantil, que teve origem dos alunos do professor Marcolino Botelho. "O nome Bengalinha nasceu do hábito que tinha o severo professor, de bater com a bengala nos alunos que não respondiam certo às suas perguntas." (2) A troça saia da Rua Amparo (Olinda) e quando passavam em frente da casa do professor tiravam os chapéus e faziam um cumprimento. A Bengalinha desfilou por um período de cinco anos, não consecutivos. CONTINUAÇÃO AQUI


Elefante de Olinda no Carnaval de 1985, no Pernambuco
Crédito: Arquivo Público de Olinda


principais troças carnavalescas brasileiras

A primeira troça carnavalesca do Brasil foi o Zé Pereira dos Lacaios, fundada em 1867 em Ouro Preto, Minas Gerais. Em 1918, nasceu o Cordão da Bola Preta, fundado em 1918 no Rio de Janeiro, é considerado um dos primeiros. Zé Pereira dos Lacaios (1867): Considerado o bloco de carnaval mais antigo do Brasil, tem sua origem em Ouro Preto, Minas Gerais. Cordão da Bola Preta (1918): Fundado no Rio de Janeiro, é um dos blocos de rua mais antigos registrados no país, criado por um grupo de amigos que se fantasiou com roupas de bola preta.


Zé Pereira do Club dos Lacaios

A Cidade de Ouro Preto, estado de Minas Gerais (Brasil) atrai a cada ano milhares de turistas e universitários para desfrutar dos dias de folia momesca.

Assim nascia o Bloco Zé Pereira Clube dos Lacaios, em 01 de janeiro de 1867, organizado por funcionários do Palácio. O nome Lacaios referia-se aos puxa-sacos e seus fraques e cartolas, que se tornaram marca registrada do bloco ouro-pretano.

Ao longo do tempo, o bloco mantém suas características originais, com os CATITÕES (grandes bonecos) e os CARIAS (pequenos diabos), que vão tirando faíscas do calçamento como lanças. CONTINUAÇÃO AQUI


Zé Pereira do Club dos Lacaios em Ouro Preto
Crédito: Mondengo


Cariri Olindense

A troça carnavalesca mista Cariri Olindense, fundada em 15 de fevereiro 1921, pelos amigos: Augusto Canuto de Santana, Cosmo Botão, Jacinto Martinho, Isnar Colombo e Eugênio Cravina.

O Cariri Olindense desfila até hoje, abrindo o Carnaval de Olinda - sempre às 4h da madrugada do domingo de Carnaval. Por isso leva a "chave simbólica" que abre o Carnaval de Olinda, criada em 1921, e entregue pelo Homem da Meia-Noite.

O nome Cariri foi uma homenagem ao velho "Cariri", apelido de um antigo vendedor do Mercado de São José, no Recife. Assim é representado com seu chapéu de couro e longa barba, montado num jumento.



Cariri Olindense no Carnaval de Olinda PE
Crédito: Cariri Olindense - site oficial


Pitombeiras dos Quatro Cantos

Fundada em em 17 de fevereiro 1947, a troça carnavalesca mista Pitombeira dos Quatro Cantos é um ícone do Carnaval da cidade de Olinda, no Pernambuco.

A troça carnavalesca curgiu de uma brincadeira entre amigos que moravam entre a Rua do Amparo e os Quatro Cantos em Olinda, que saíram pelas ruas com os dorsos nús, empunhando galhos de pitombeira (árvore frutífera da pitomba).

De 1947 até 1949, os folióes que acompanhavam a Troça Carnavalesta mista (homens e mulheres) não usavam fantasias. Mas foi à partir de 1950, que os foliões passaram a desfilar fantasiados - vestidos de palhaços sem máscaras. Posteriormente foi definido as cores para as fantasias: o amarelo e o preto.

A Pitombeira passou a usar Estandarte em 1953: "com um losango, contendo no centro um trecho da rua Prudente de Morais, nos Quatro Cantos, em Olinda". (2) CONTINUAÇÃO AQUI


Pitombeiras no Carnaval de Olinda 1970
Crédito: Maria e Álvaro Dias


Elefante de Olinda

A troça carnavalesca mista Elefante de Olinda foi fundada em 12 de fevereiro de 1952, por um grupo de amigos (Alrivelto Lopes, Caio Gomes, Elcio Siqueira, Marcone Felizola Walter Damasceno, Claudio Nigro e Expedito) que saíram da Rua do Bonfim em direção aos Quatro Cantos em Olinda, carregando um ELEFANTE (feito de massa de modelar).

Em 1953, foi confeccionado o primeiro ESTANDARTE, para desfilar no Carnaval de Olinda no mesmo ano. Desfilaram com uniformes eram emprestados pelo Bonfim Atlético Clube (que não existe mais). Assim, desfilaram com as cores do frevo.

As cores tradicionais do Elefante de Olinda é VERMELHO e BRANCO. Em 2020, acrescentaram o AZUL para comemoração ao reconhecimento de Patrimônio Vivo de Pernambuco (em 04 de dezembro de 2020).

A troça carnavalesca mista Elefante de Olinda, nunca deixou de desfilar no Carnaval de Olinda, com exceção dos dois carnavais na pandemia mundial de COVID-19, em 2021 e 2022, CONTINUAÇÃO AQUI


Elefante no Carnaval 1979 em Olinda PE
Crédito: Acervo do Bloco Elefante


Encontro do Jegue de Cueca
com a Jega de Calçola

Enquanto isso na península de Itapegipe, na cidade de Salvador, na Bahia, nasce a troça carnavalesca mista Jegue de Cueca em 1967. Encontro do Jegue de Cueca com a Jega de Calçola faz parte do conjunto de manifestações da cultura popular da Península de Itapagipe, que se utilizava da irreverência, do humor e da alegria para promover a integração dos moradores.

Embora a referida troça tenha se iniciado por volta de 1957 e existido como tal até 1967, a sua referência ainda se encontra muito viva no imaginário da população local como algo original, singular e muito representativo do espírito carnavalesco de outrora." (1)

O Encontro do Jegue de Cueca com a Jega de Calçola virou tradição resgatando as antigas troças carnavalescas em Itapagipe, uma península localizada no município de Salvador, na Bahia, CONTINUAÇÃO AQUI

Troças Carnavalescas de Olinda
Troças Carnavalescas é um grupo (de menor porte do que os blocos) que desfila nas ruas durante o Carnaval tocando marchinhas e frevo, CONTINUAÇÃO AQUI



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Pesquisadora Lilian Cristina Marcon
(1) ALDEIA NAGÔ - Desfile da Troça do Jegue de Cueca com a Jega de Calçola, 16/02/2017
(2) MAPA CULTURAL DE PERNAMBUCO - Troça Carnavalesca Pitombeira dos 4 Cantos, Recife, por Lúcia Gaspar (Fundação Joaquim Nabuco), 27/11/2006
- CARIRI OLINDENSE - site oficial - caririolindense.org.br
- FUNDAJ - Troças Carnavalescas - basilio.fundaj.gov.br
- OLINDA DE ANTIGAMENTE - redes sociais oficiais (Instagram e Facebook)
- PREFEITURA Municipal de Olinda, Pernambuco
- IMAGENS - os créditos estão referenciados nas fotos


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